O Presidente russo, Vladimir Putin, disse, esta quinta-feira, que o "Estado tem obrigação de proteger os sentimentos dos fiéis", comentando a condenação de três membros da banda punk Pussy Riot após um protesto anti-Putin numa igreja.
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O presidente russo, que falava numa entrevista à televisão estatal Russa, acusou as três jovens da banda de terem encenado "orgias" em várias igrejas.
Para Putin, proteger os crentes é especialmente importante dada a repressão sofrida pela Igreja Ortodoxa durante o domínio soviético.
"O país tem lembranças muito graves do período inicial do domínio soviético, quando um grande número de padres sofreu", disse.
"Muitas igrejas foram destruídas e todas as nossas crenças tradicionais sofreram danos enormes", acrescentou.
Putin questionou ainda a moral das três raparigas, cuja condenação a dois anos de prisão por vandalismo gerou contestação a nível internacional.
O Presidente russo garantiu ainda durante a entrevista que não irá interferir no caso.
"Estou a tentar não ter nada a ver com este caso. Sei o que se passa, mas não me vou envolver", disse.
Nadejda Tolokonnikova, de 22 anos, Ekaterina Samoutsevitch, de 30, e Maria Alekhina, de 24, foram condenadas no passado dia 17 de agosto a dois anos de prisão por um tribunal de Moscovo por "vandalismo" e "incitamento ao ódio religioso".
As jovens do grupo 'punk' feminino entraram encapuzadas em fevereiro passado na catedral do Cristo Redentor (ortodoxa) em Moscovo e cantaram uma canção de protesto na qual pediam à Virgem para "perseguir" o Presidente russo.
Duas outras jovens da banda - cujos nomes não foram tornados públicos - deixaram a Rússia para evitar a prisão.