Líder do Kremlin agradeceu ao homólogo a "posição equilibrada" em relação à guerra na Ucrânia. Presidente chinês comprometeu-se com Moscovo.
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Sete meses depois de estarem juntos pela primeira vez, Xi Jinping, presidente da China, e Vladimir Putin, líder da Rússia, voltaram a reencontrar-se, desta vez no Uzbequistão. Entretanto, questões geopolíticas alteraram a ordem internacional, trazendo para a agenda dos chefes de Estado assuntos como a guerra da Ucrânia. Neste âmbito, Putin agradeceu ao homólogo "a posição equilibrada" que Pequim tem seguido.
À margem da cimeira da Organização para a Cooperação de Xangai (SCO, sigla em inglês), além de ter realçado que os russos valorizam "muito a posição equilibrada dos amigos chineses em relação à crise na Ucrânia", Putin assegurou a Xi Jinping que Moscovo defende a política "Uma só China" e se opõe às "provocações" que têm sido feitas pelos EUA - referindo-se à vista de Nancy Pelosi, líder da Câmara dos Representantes norte-americana, a Taiwan, em agosto.
Frente a frente com o presidente chinês, Putin sustentou uma posição que tem vindo a ser partilhada por ambos os países, criticando as tentativas de Washington de criar um "Mundo unipolar". Na perspetiva do chefe do Kremlin, a tendência só pode ser colmatada com um "fortalecimento global da SCO", sublinhando que a cimeira irá reforçar a "parceria sino-russa".
Apesar de, por norma, apresentar um discurso mais cauteloso, Xi Jinping respondeu positivamente aos desafios propostos pelo "velho amigo da China" em relação ao futuro e garantiu que está pronto para trabalhar com vista a trazer "estabilidade e energia positiva para um Mundo caótico".
A última vez que os dois líderes se encontraram pessoalmente, a poucas semanas de a Rússia invadir a Ucrânia, declararam uma pareceria "sem limites" em todos os campos estratégicos, o que tem permitido a Moscovo amenizar os efeitos catastróficos que o conflito no leste da Europa.
Casa Branca condena
Ainda assim, a China tem mostrado preocupação relativamente ao impacto na economia global e tem estabelecido uma ligação moderada com o regime de Putin. Esta estratégia passa por não ceder material bélico à Rússia, de modo a não deteriorar, ainda mais, as relações com o Ocidente.
Poucas horas depois, a Casa Branca reagiu à tomada de posição de Pequim em relação a Moscovo, com John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, a frisar que "ninguém deveria ficar à margem" deste conflito, acrescentando que "o Mundo deveria estar alinhado contra aquilo que o Sr. Putin tem estado a fazer".