O presidente russo, Vladimir Putin, recebeu, esta quarta-feira, no Kremlin o homólogo da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, para abordar o envio de armas nucleares táticas para território bielorrusso e o plano de paz para a Ucrânia proposto por Minsk.
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No início do encontro, Putin agradeceu a visita ao aliado bielorrusso, com Lukashenko a responder que a Rússia e a Bielorrússia "não cairão", segundo informou a agência de notícias russa Interfax.
Segundo o Kremlin (Presidência russa), o encontro de hoje teve um caráter informal e antecede uma reunião, agendada para quinta-feira, do conselho supremo da União Estatal, uma aliança que integra os dois países.
Liderada por Alexander Lukashenko desde 1994, a Bielorrússia, país vizinho da União Europeia (UE), está ligada a Moscovo por um tratado que criou a União Estatal. O tratado, que atualizou um acordo de 1997, foi assinado por Putin e Lukashenko em 08 de dezembro de 1999.
Putin anunciou recentemente um acordo com Minsk para o envio de armas nucleares táticas. Na terça-feira, os dois países anunciaram o início da instrução de soldados bielorrussos no uso deste armamento.
O líder russo explicou que Lukashenko tinha solicitado este envio por diversas ocasiões, e argumentou que os Estados Unidos fazem o mesmo há décadas com os seus chamados países satélites na Europa.
Putin acrescentou que os silos destinados a recolher este armamento estarão prontos em julho, apesar de frisar que Minsk já possui aviões com capacidade para transportar ogivas nucleares.
Na semana passada, Lukashenko admitiu pedir à Rússia armas nucleares estratégicas, incluindo mísseis intercontinentais, em caso de necessidade.
"Não nos deteremos perante nada na hora de defender os nossos países e os nossos povos", afirmou na ocasião.
Numa referência ao plano de paz para a Ucrânia proposto por Minsk, o líder bielorrusso propõe um cessar-fogo no qual nenhuma das partes possa mobilizar tropas ou armamento, bem como o início de negociações sem condições prévias.
Há duas semanas, Putin também foi informado do plano de paz proposto pela China no decurso da visita à Rússia do líder chinês Xi Jinping, a quem o Ocidente pediu para utilizar a sua influência sobre o Kremlin para pôr termo ao conflito em curso no território ucraniano.
Tanto Moscovo como Kiev consideram que ainda não existem "perspetivas" de negociação.