A Coreia do Norte ameaçou, esta quinta-feira, retirar os seus 53 mil trabalhadores e encerrar o complexo industrial de Kaesong, um dia depois de ter iniciado um bloqueio aos funcionários sul-coreanos.
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Um porta-voz do comité estatal norte-coreano para a Reunificação Pacífica da Coreia afirmou estar a reagir às declarações proferidas, pelo ministro da Defesa sul-coreano, que informou possuir um plano de contingência "militar" delineado para garantir a segurança dos sul-coreanos que trabalham no complexo.
"Se as 'marionetas' sul-coreanas e meios de comunicação conservadores continuarem a denegrir-nos, iremos ordenar a todos os nossos trabalhadores que abandonem Kaesong", advertiu o porta-voz, citado pela agência oficial norte-coreana KCNA.
"O encerramento total do complexo poder-se-á tornar realidade", frisou.
Cerca de 53 mil norte-coreanos trabalham para as mais de 120 fábricas sul-coreanas do parque, o qual serve como uma fonte crucial de divisas para o Estado empobrecido da Coreia do Norte e reduz a dependência de Pyongyang em relação à China.
Kaesong foi escolhido para combinar a tecnologia e experiência da Coreia do Sul com a gestão a baixo custo da Coreia do Norte e é uma zona teoricamente desmilitarizada, mas fortemente armada e vigiada.
O complexo tem um volume de negócios equivalente a cerca de 1,5 mil milhões de euros, e tem funcionado sempre, apesar das repetidas crises entre os dois países.
Na quarta-feira, Pyongyang informou Seul da sua decisão de suspender o movimento diário de sul-coreanos para o complexo industrial, sem especificar, no entanto, quanto tempo irá durar o bloqueio. Hoje, pelo segundo dia consecutivo, os trabalhadores do Sul viram-lhes ser negado o acesso ao complexo.