O Pentágono anunciou esta quarta-feira que vai colocar um sistema anti-mísseis na base norte-americana de Guam, no Pacífico, como medida de "precaução" face às ameaças da Coreia do Norte.
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"Este posicionamento fortalecerá as capacidades para defender os cidadãos norte-americanos do território de Guam e as forças ali estacionadas", refere um comunicado do Departamento de Defesa norte-americano.
Trata-se "de uma medida de precaução para fortalecer a posição [dos Estados Unidos] contra a ameaça regional de mísseis balísticos da Coreia do Norte".
O Terminal de Defesa de Alta Altitude será enviado nas próximas semanas para Guam.
É o único existente capaz de destruir mísseis de curto e médio alcance, dentro ou fora da atmosfera terrestre.
O Pentágono adianta também "continuar atento" às "provocações" da Coreia do Norte e estar "preparado" para defender o território norte-americano e seus aliados.
Depois de ser alvo de novas sanções da ONU devido a novo ensaio nuclear, Pyongyang anunciou a 26 de março ter colocado os seus mísseis e unidades de artilharia "em posição de combate" com a Coreia do Sul, Estados Unidos e bases militares norte-americanas no Pacífico, como Guam e Hawaii.
Na terça-feira, foi conhecida a decisão dos EUA enviarem para a região da península coreana dois navios de guerra, os contra-torpedeiros Decatur e John McCain, "em resposta às ameaças recentes da Coreia do Norte", disse o porta-voz do Pentágono, George Little.
O secretário da Defesa norte-americano Chuck Hagel, afirmou hoje que as ameaças da Coreia do Norte representam um "perigo real e claro" para os interesses norte-americanos e de aliados como a Coreia do Sul e Japão.
Falando na Universidade Nacional de Defesa, Hagel sublinhou que Pyongyang tem capacidade nuclear e que a ameaça deve ser "levada a sério", adiantando que decorrem contactos com Pequim para "acalmar a situação".
Deixou ainda um apelo ao regime norte-coreano para que abandone as "provocações" e as "ameaças nucleares", assegurando que há um "caminho responsável" para chegar à paz.
A China apelou hoje à "calma e contenção" na península coreana, depois de as autoridades norte-coreanas terem bloqueado o acesso de trabalhadores sul-coreanos ao complexo industrial de Kaesong, junto à fronteira entre os dois países.
"Nas atuais circunstâncias, a China defende que todas as partes devem adotar uma postura de calma e contenção", disse um porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hong Lei.