Quatro pessoas foram interpeladas, esta quarta-feira de manhã, na Bélgica, durante as buscas a 22 locais para desmantelar uma rede de recrutamento de jiadistas para a Síria, indicou a procuradoria federal belga.
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"Este dossier é relativo à problemática das partidas para a Síria. Várias pessoas querem ir para lá combater, provavelmente junto de uma organização terrorista", indicou num comunicado a procuradoria encarregada na Bélgica de centralizar as questões do terrorismo.
A operação de hoje tinha por "principal objetivo desmantelar a organização que realizava o recrutamento e o envio de pessoas para o estrangeiro", segundo a mesma fonte.
A procuradoria precisou que as buscas de hoje não têm "qualquer ligação" com a operação antiterrorista realizada em meados de janeiro contra a "célula de Verviers (leste)", "nem com os atentados de Paris".
Quanto aos interpelados, um juiz de instrução decidirá ainda hoje sobre uma eventual acusação e colocação em prisão preventiva.
Não foram encontradas "quaisquer armas, explosivos ou munições" nas buscas, a maioria das quais (17) decorreram em localidades da província flamenga de Limbourg próximas da Holanda. Também foram realizadas buscas em Anvers (norte) e numa localidade na área metropolitana de Bruxelas.
A Bélgica está em estado de alerta desde o desmantelamento a 15 de janeiro em Verviers e Molenbeek de uma célula 'jihadista' que, segundo a justiça, planificava atentados contra a polícia e cujo 'cérebro', que continua a ser procurado, será um belga que combateu no grupo radical Estado Islâmico na Síria.
Segundo os dados oficiais, cerca de 350 belgas saíram do país nos últimos anos para combater na Síria, um número proporcionalmente muito elevado para um país de 11 milhões de habitantes. Perto de um terço dos que partiram já terá regressado à Bélgica.