Ao longo do último mês de guerra entre Israel e o Hamas, várias figuras ganharam relevo no contexto internacional, destacando-se pelo seu papel no conflito ou pelos discursos proferidos.
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Mohammed Deif
Líder da brigada Qassam do Hamas
“À luz dos crimes contínuos contra o nosso povo, à luz da orgia da ocupação e da sua negação das leis e resoluções internacionais e à luz do apoio americano e ocidental, decidimos colocar um fim a tudo isto”
Líder da brigada militar do movimento islâmico desde 2002, Mohammed Deif não tem por hábito aparecer ou falar em público. Ganhou protagonismo quando, no dia 7 de outubro, divulgou um áudio no qual justificou o massacre perpetrado pelo Hamas em Israel. Procurado pelas autoridades israelitas há mais de 20 anos, é o principal cérebro dos maiores ataques do grupo e acredita-se que esteja escondido nos túneis subterrâneos da Faixa de Gaza. É, por isso, conhecido por ter "nove vidas".
Benjamin Netanyahu
Primeiro-ministro de Israel
"A guerra na Faixa de Gaza será longa e difícil e estamos prontos para ela. O nosso objetivo é concreto: derrotar um inimigo assassino”
Na liderança de um Governo de extrema-direita desde dezembro de 2022, Benjamin Netanyahu reagiu prontamente ao ataque do Hamas. “O inimigo pagará um preço que nunca conheceu”, prometeu o chefe do Executivo, depois de ter vivido meses de impopularidade devido à reforma do sistema judicial. Um mês após o início dos confrontos, Netanyahu mantém-se firme e não aceita os pedidos de pausa humanitária ou cessar-fogo feitos por vários Estados, tendo como principal meta "exterminar" o movimento islâmico que governa a Faixa de Gaza, pois alega que esta é a única forma de Israel garantir a sua existência enquanto Estado.
António Guterres
Secretário-Geral da ONU
“Os ataques do Hamas não aconteceram no vácuo. O povo palestiniano está há 56 anos sujeito a uma ocupação sufocante”
O português fez manchetes em todo o Mundo depois de ter defendido que o ataque do Hamas não aconteceu no “vácuo”. As declarações de António Guterres impulsionaram uma onda de críticas provenientes de diversos Estados, inclusive de Israel, sendo até pedido que se demitisse do cargo que ocupa no seio das Nações Unidas. Depois de a polémica ser lançada, o líder veio a público justificar-se e frisou que não se deve confundir o movimento islâmico com o povo palestiniano. A postura do secretário-geral da ONU, que já esteve presente na passagem de Rafah, no Sul da Faixa de Gaza, foi defendida pelo primeiro-ministro António Costa e pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
Antony Blinken
Secretário de Estado dos EUA
“O único meio de garantir uma segurança duradoura a Israel é a via de dois Estados para dois povos”
O responsável norte-americano tem usado todos os trunfos que tem em mãos para tentar colocar um ponto final no conflito. Blinken já reuniu com o líder da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, tal como com líderes de diversos países árabes, tendo-se dirigindo a Estados como o Egito, Jordânia ou Arábia Saudita, para tentar reunir apoio diplomático. Em Israel, defendeu uma pausa humanitária no conflito e sustentou a solução de dois Estados para dois povos diferentes. Contudo, os apelos não foram acatados por Netanyahu. Esta segunda-feira, numa viagem à Turquia, procurou acalmar os ânimos devido ao apoio de Washington a Telavive, mas foi ignorado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan. O secretário de Estado acabou por ser recebido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros turco.