Durante uma visita virtual a um hospital em Londres, a propósito da inauguração de uma ala com o seu nome, a rainha Isabel II, de 95 anos, descreveu a sua experiência com o vírus SARS-Cov-2, que contraiu em fevereiro, numa conversa com um ex-paciente, cujo pai e irmão faleceram durante a pandemia.
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A abertura oficial da Unidade Queen Elizabeth foi marcada por uma videochamada que ligou o palácio real ao Royal London Hospital. Durante a ligação para o hospital, a Rainha questionou em jeito de afirmação um antigo paciente sobre a covid-19: "deixa-nos muito cansados e exaustos, não é?". Palavras dirigidas a Asef Hussain e à sua mulher, Shamina, referindo-se à pandemia como "esta pandemia horrível".
Hussain foi o terceiro membro da sua família a ser internado no hospital, com o vírus, em dezembro de 2020, e, enquanto lá estava, o seu irmão e o seu pai morreram. Depois de passar sete semanas ligado a um ventilador e oficialmente curado, Asef ainda não recuperou totalmente e usa uma máquina portátil de oxigénio.
A rainha ouviu também testemunhos de alguns funcionários do hospital, sobre o período de enorme fluxo de pacientes. Mireia Lopez Rey Ferrer, que trabalha no hospital em Whitechapel, leste de Londres, desde 2008, disse à rainha: "Como enfermeiras, certificamo-nos de que os pacientes não estavam sozinhos. Nós seguramos-lhes as mãos, enxugamos-lhe as lágrimas e proporcionamos-lhes conforto. Às vezes parecia que estávamos a correr uma maratona sem linha de chegada."
"Olho para os últimos 18 meses com muito orgulho, orgulho não apenas do cuidado que prestamos a cada paciente, mas também de cada membro da equipa hospitalar que, apesar dos seus medos e preocupações, vieram trabalhar", sublinhou à monarca.
Cerca de 800 pessoas de todo o nordeste de Londres foram tratadas, até agora, na Unidade Queen Elizabeth, que foi construída em cinco semanas, em vez do período normal de cinco meses, para atender os pacientes com covid-19..
Antes de terminar a vídeo chamada, Isabel II conversou com a equipa de construção que criou a unidade, que ocupa dois andares do Royal London Hospital. "É muito interessante, não é, quando há algo muito necessário, todos trabalham juntos e se unem - maravilhoso, não é?", disse a monarca. A equipa revelou ter-se inspirado no "Dunkirk Spirit" - espírito de fortaleza, numa situação difícil, e recusa da aceitação da derrota. "Graças a Deus que esse espírito ainda existe", suspirou a rainha.