
George H. W. Bush
KIMMO MÄNTYLÄ/EPA
Marcelo Rebelo de Sousa lamentou a morte do antigo presidente norte-americano George H. W. Bush, lembrando a "bravura" e a "solidez de caráter" do antigo oficial da marinha. A notícia teve reações de vários líderes mundiais.
O antigo presidente dos Estados Unidos George H.W. Bush morreu aos 94 anos, disse na sexta-feira o porta-voz da família, Jim McGrath.
O antigo líder soviético Mikhail Gorbatchov expressou "sentidas condolências" à família do antigo presidente norte-americano. Gorbatchov trabalhou estreitamente com Bush na solução que conduziu ao final da Guerra Fria em finais dos anos 1980, início dos 1990 e elogiou o ex-presidente pelas suas habilidades como político e o seu caráter pessoal.
Foi um tempo de grande mudança e que exigiu uma grande responsabilidade
"Foi um tempo de grande mudança e que exigiu uma grande responsabilidade de todos. O resultado foi o final da Guerra Fria e a corrida ao armamento nuclear", disse Gorbatchov à agência noticiosa Interfax.
Gorbachov disse ainda que ele e a sua esposa, Raisa, estão "profundamente agradecidos à atenção, bondade e simplicidade típica de George e Barbara Bush, assim como o resto da sua grande e amigável família".
Portugal
Numa mensagem de condolências enviada à família do antigo presidente dos EUA e disponível na página eletrónica da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa "lembrou a bravura do antigo oficial da Marinha e também a solidez de caráter do antigo Presidente norte-americano, que se traduziu numa maneira determinada de fazer política, sem nunca perder o respeito por quem defendia ideias diferentes".
O Governo português, numa nota de pesar, "evoca o exemplar sentido de serviço público do 41.º presidente dos Estados Unidos, e a sua longa carreira ao serviço da nação norte-americana".
"O Governo lembra também a contribuição do presidente Bush para o desenvolvimento das relações bilaterais entre os Estados Unidos e Portugal", pode ler-se na nota emitida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros. No mesmo texto, o Governo português lembra que George H.W. Bush foi um "herói de guerra condecorado".
EUA
10264494
O ex-presidente norte-americano Bill Clinton destacou a "decência inata e genuína" de George Bush, considerando que o ex-chefe de Estado vai ser lembrado pela longa vida de serviço ao país.
Numa declaração divulgada este sábado, Clinton disse que vai ficar "para sempre grato" pela amizade que construiu com o homem que destituiu da Casa Branca após apenas um mandato.
Clinton, que venceu a George Bush nas eleições presidenciais de 1992, qualificou como raro o longo período de serviço público de George Bush, lembrando a sua carreira militar, no Congresso, nas Nações Unidas, na agência de informações norte-americana (CIA) e depois como vice-presidente e como presidente.
O ex-presidente referiu que Bush nunca deixou de servir o país depois de ter deixado a presidência, lembrando o seu contributo em causas como a ajuda após o tsunami na Ásia ou depois do furação Katrina, nos Estados Unidos, em que trabalharam juntos.
A América perdeu um patriota e um humilde servidor
"A América perdeu um patriota e um humilde servidor", destacou Barack Obama, referindo-se à morte do pai do seu antecessor George Bush.
As palavras de Barak Obama sublinhavam a contribuição de Bush para "reduzir o flagelo das armas nucleares e para formar uma ampla coligação internacional para expulsar um ditador do Kuwait".
Obama acrescentou que a diplomacia de George Bush ajudou a "terminar com a Guerra Fria sem se disparar um tiro".
Também o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, saudou a "liderança inabalável" de George Bush."Através de sua autenticidade, do seu espírito e compromisso inabalável com a fé, a família e o seu país, o presidente Bush inspirou gerações de cidadãos norte-americanos", afirmou Trump através de um comunicado divulgado a partir de Buenos Aires, onde participa na cimeira do G20.
O ex-presidente Jimmy Carter elogiou o homem que diz ter levado uma vida definida pelo trabalho e civismo."Rosalynn e eu estamos profundamente tristes com a morte do presidente George H. W. Bush", declarou Carter num comunicado. A Administração de Bush "foi marcada pela graça, civismo e consciência social", defendeu.
10263854
Brasil
O presidente brasileiro, Michel Temer, lamentou hoje a morte do ex-chefe de Estado norte-americano George H. W. Bush, qualificando-o como "um líder respeitado no seu país e no mundo".
"Recebi com pesar a notícia do falecimento do ex-presidente dos Estados Unidos George H. W. Bush, líder respeitado no seu país e no mundo", escreveu o chefe de Estado brasileiro na sua conta do Twitter.
Reino Unido
George H. W. Bush era "um grande estadista e um verdadeiro amigo" do Reino Unido cujo compromisso com o serviço público "era o fio condutor da sua vida e um exemplo para todos", afirmou a primeira-ministra britânica, Theresa May.
"Na condução para um fim pacífico da Guerra Fria, fez o mundo um lugar mais seguro para as gerações vindouras", acrescentou.
O ex-presidente George H. W. Bush "viu a obrigação dos Estados Unidos para com o mundo e a honrou", disse o antigo primeiro-ministro britânico John Major (1990 a 1997).
"Sinto-me privilegiado por ter trabalhado com ele e ainda mais privilegiado por se ter tornado um amigo de longa data. Ele era simplesmente uma das pessoas mais profundamente decentes que eu já conheci", sublinhou Major.
França
O chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, prestou homenagem ao ex-pesidente americano, descrevendo-o como um grande líder e firme no apoio à aliança com a Europa. "Em nome do povo francês, eu envio as minhas condolências à nação americana após a morte do ex-presidente George Bush pai", escreveu Macron na sua conta na rede social Twitter.
Para Macron, George H. W. Bush "era um grande líder e um firme apoiante da aliança com a Europa. Nossos pensamentos vão para a sua família e entes queridos".
Rússia
O presidente russo, Vladimir Putin, elogiou a figura e a "sabedoria política" de George H. W. Bush, num telegrama de condolências.
Um homem extraordinário, que toda a sua vida serviu fielmente ao seu país
"Querido George, receba as minhas mais profundas condolências pelo falecimento do seu pai", refere o texto, dirigido ao filho do ex-presidente, George W. Bush, também ele ex-chefe de Estado.
Putin destacou que morreu "um homem extraordinário, que toda a sua vida serviu fielmente ao seu país, durante a guerra, com as armas na mão e, em tempos de paz, em cargos públicos de grande responsabilidade".
Bush liderou nos Estados Unidos "uma das etapas mais importantes da história mundial, fez gala de sabedoria política e perspicácia e tomava decisões muito ponderadas, mesmo nas situações mais complexas", refere a mensagem, divulgada pelo serviços de comunicação do Kremlin.
"Consciente da importância do diálogo construtivo entre as duas maiores potências nucleares, George Bush pai fez muito para fortalecer a cooperação russo-norte-americana em matéria de segurança internacional", referiu Putin, que se encontra em Buenos Aires, Argentina, para participar na cimeira do G20.
Comissão Europeia
Como europeus, não o vamos esquecer
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, lamentou a morte de George H. W. Bush (1989-1993) e destacou sua contribuição na restauração da paz na Europa.
"Jamais esquecerei o papel que ele desempenhou ao tornar a Europa um lugar mais seguro e unido, depois da queda do Muro de Berlim e da cortina de ferro", afirma Juncker num comunicado, no qual refere ter perdido "um amigo".
Juncker destaca no texto a "tranquilidade, a liderança e as boas relações pessoais" de Bush com o então chanceler alemão, Helmut Kohl, e com o líder soviético, Mikhail Gorbachov, "que foram decisivas para a restauração da paz e da liberdade em todo o continente".
"Como europeus, não o vamos esquecer", acrescentou Juncker.
ONU
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lembra o trabalho "com compaixão" no âmbito das Nações Unidas, de George H.W. Bush. Na sua conta na plataforma Twitter, António Guterres escreveu: "Começo com a sua posição como representante permanente nas Nações Unidas em 1971 e continuando com sua nomeação como enviado especial do secretário-geral da ONU para o desastre causado pelo terremoto no sul da Ásia em 2005, George H. W. Bush trabalhou produtivamente com e através das Nações Unidas".
"Fiquei consistentemente impressionado com sua compaixão, seu instinto de moderação e compromisso com o serviço público", sublinha o secretário-geral da ONU.
A América e o mundo perderam um estadista icónico
FMI
Também a diretora-geral do fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, manifestou na mesma rede social o seu pesar pela morte do ex-presidente dos Estados Unidos.
"Esta manhã, a América e o mundo perderam um estadista icónico. Como congressista, embaixador, vice-presidente e presidente, George H.W. Bush acreditava profundamente no poder da cooperação internacional", escreveu Lagarde.
"O arco da sua carreira, da Segunda Guerra à presidência, ajudou a ultrapassar divisões até ao fim da Guerra fria. A sua vida é uma referência poderosa e oportuna do que pode ser alcançado quando as nações trabalham juntas", aponta.
