O roncar dos tanques e dos veículos militares na autoestrada M4, entre Rostov e Moscovo, não foi ouvido em África. A aparente ameaça ao Kremlin não ecoou no Mali ou na República Centro Africana, países que têm contratos de segurança com o Grupo Wagner, que continua a fazer a vida do costume.
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A rebelião do Grupo Wagner, que agitou o sábado passado, na Rússia, pode ter abanado o centro de poder russo, o Kremlin, mas não terá tido efeitos nas operações militares de índole comercial que os paramilitares de Yevgeny Prigohzin têm em África. "Em relação às notícias sobre quem entrou em pânico e sobre quê, não vejo qualquer pânico. Não vejo qualquer mudança nas relações de países africanos de relevo com a Federação Russa", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, horas depois de os mercenários inverterem a marcha para Moscovo.
Uma versão, aparentemente, confirmada no terreno. Segundo a revista "Foreign Policy" (FP), não foram detetados, após a rebelião de sábado, movimentos significativos de tropas na República Centro Africana e no Mali, dois países com contratos de defesa com a empresa de Prigohzin. Registada, em Moscovo, no final de 2022, como PMC Wagner, sigla que significa Private Militar Company (Companhia Militar Privada), apresenta-se como uma empresa de desenvolvimento científico, consultoria financeira, publicações e aluguer de navios e aviões.