Um grupo de representantes da União Europeia (UE) está a caminho de Washington para tentar negociar com os Estados Unidos (EUA) possíveis sanções à Rússia, anunciou o presidente do Conselho Europeu.
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"O trabalho sobre o novo pacote de sanções começou em Bruxelas, e uma equipa europeia está a caminho de Washington para trabalhar com os nossos amigos dos EUA", disse António Costa, em conferência de imprensa conjunta com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Úzhhorod, cidade perto da fronteira com a Eslováquia.
O presidente do Conselho Europeu, ex-primeiro-ministro de Portugal, acrescentou que a UE está em contacto com a Casa Branca e outros parceiros para tentar aplicar "sanções diretas e indiretas" a Moscovo, para tentar coartar as capacidades militares do Kremlin.
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António Costa recordou o ponto alto da reunião de quinta-feira, em Paris (França), da chamada Coligação dos Dispostos (um grupo de países, não só da UE, que apoiam a Ucrânia a vários níveis): a predisposição de 26 países para enviarem contingentes militares para a Ucrânia para assegurar a paz na eventualidade de um cessar-fogo ou um acordo que acabe com o conflito.
O presidente do Conselho Europeu, no cargo há quase um ano e que iniciou o mandato precisamente na Ucrânia, acrescentou que a esta posição demonstra que o apoio à Ucrânia vai continuar, ainda que o conflito termine no território que a Rússia invadiu há mais de três anos.
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Na mesma conferência de imprensa, o presidente da Ucrânia falou em "milhares" de militares disponíveis para estar na fronteira com a Rússia a patrulhar o território.
Sem avançar um número, Volodymyr Zelensky disse que não tinha uma ideia precisa de quantos militares estariam disponíveis para um esforço que não só pretende garantir a manutenção da paz, mas também ajudar ao "rejuvenescimento das Forças Armadas ucranianas", como descreveu na quinta-feira António Costa.
O presidente russo, Vladimir Putin, declarou que não vai aceitar contingentes de militares estrangeiros a patrulhar um país que faz fronteira com a Rússia. Considerou que tal ação, a concretizar-se, significaria uma tentativa de entrar em conflito com Moscovo.
A conferência de imprensa conjunta entre António Costa e Volodymyr Zelensky realizou-se no âmbito de uma reunião entre autoridades locais, com a participação do presidente do Conselho Europeu.