Os republicanos no Congresso dos EUA elegeram esta terça-feira, para novo candidato à liderança da câmara de representantes, Tom Emmer, do Minnesota, para tentar colocar um fim a uma crise política no Capitólio.
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Emmer, de 62 anos, será a terceira tentativa dos republicanos para conseguir obter os 217 votos necessários em plenário para eleger um "speaker", depois de terem afastado Kevin McCarthy com uma moção de censura apresentada por um grupo de membros radicais próximos do ex-presidente Donald Trump.
Emmer está no Congresso desde 2015 e é o número três dos conservadores na câmara desde janeiro, quando se iniciou um novo ciclo parlamentar após o Partido Republicano ter vencido as eleições intercalares no final do ano passado.
Na última volta da votação interna, Emmer impôs-se a Mike Johnson, vencendo-o por 117 votos contra 97.
Emmer tinha endossado os outros dois candidatos que já tinham sido candidatos anteriormente, Steve Scalise e Jim Jordan, mas nenhum conseguiu obter os 217 votos no plenário da câmara que permitem a maioria.
Jordan submeteu-se a três eleições na semana passada e nas três delas, cerca de 20 dos seus colegas de bancada opuseram-se à sua nomeação, que fora apoiada pela ala mais radical do partido, próxima de Trump.
Emmer é o único a favor do casamento gay
Dos oito candidatos que esta terça-feira tentaram obter a nomeação, Emmer e Austin Scott foram os únicos que votaram a favor da certificação dos resultados das eleições presidenciais de 2020, nas quais o democrata Joe Biden prevaleceu sobre Trump.
Emmer é também o único a favor do casamento gay e um dos quatro - juntamente com Scott, Pete Sessions e Jack Bergman - a favor de continuar a prestar ajuda à Ucrânia, numa altura em que persistem no partido vozes que aconselham cautela sobre esta matéria.
A presidência interina da câmara de representantes é atualmente ocupada por Patrick McHenry, mas até que um novo líder seja eleito, novas resoluções ou projetos de lei não podem ser aprovados.
Esta situação coloca sérios problemas, quando se aproxima a data-limite para aprovar um aumento do défice que permita a continuidade do financiamento do Governo, o que pode levar a mais uma paralisação.
A câmara está também impedida de aprovar resoluções que possam ajudar a regular a política económica, nomeadamente ao nível do combate aos efeitos da inflação, que ainda se mantêm a um nível elevado.
A nível externo, a ausência de um líder também impede a autorização de gastos em ajuda humanitária e militar em conflitos externos, como aqueles que ocorrem na Ucrânia (onde os Estados Unidos são o maior doador) e, mais recentemente, no Médio Oriente, depois de o aliado Israel ter declarado guerra ao grupo islamita Hamas.