Presidente da República Checa, Vaclav Klaus, declarou em Moscovo que não pretende assinar o Tratado de Lisboa nos tempos mais próximos.
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"As condições que apresentei para assinar o Tratado de Lisboa são muito sérias. Não tem fundamento a ideia de que eu posso esquecer as minhas objecções nos próximos dias", declarou Vaclav Klaus após conversações com o homólogo russo, Dmitri Medvedev.
Numa conferência de imprensa conjunta, o presidente checo sublinhou que tenciona que a República Checa, tal como a Polónia e o Reino Unido, não fique obrigada ao cumprimento da Carta de Direitos Fundamentais da UE no campo do respeito de alguns direitos laborais.
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, disse terça-feira esperar "que não sejam levantados obstáculos artificiais" à ratificação do Tratado de Lisboa pela República Checa, lembrando que a "boa fé e a cooperação leal são princípios da lei europeia".
Por sua vez, Dmitri Medvedev declarou que a Rússia não muda a sua posição face à criação de uma nova área para garantir a segurança na Europa, não obstante os Estados Unidos terem revisto o plano de instalação do sistema de defesa antimíssil na República Checa e Polónia.
"Não obstante a diminuição da tensão, não obstante a solução de uma série de questões, não obstante o reconhecimento do mundo actual multipolar por parte de jogadores internacionais significativos, penso ser valiosa a criação de semelhante área e iremos continuar a apoiar essa ideia", declarou Medvedev.
"A nossa posição é extremamente simples. Ela consiste em que nem todas as questões da garantia da segurança europeia podem ser resolvidas no âmbito dos institutos existentes, seja a UE, NATO, OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), CEI (Comunidade de Estados Independentes) para os países do antigo espaço soviético, Organização do Tratado de Segurança Colectiva. Penso que falta uma área comum para resolver essas questões", precisou.
O presidente russo anunciou que, durante a visita de Vaclav Klaus a Moscovo, serão assinados contratos no valor de "centenas de milhões de euros", acrescentando que, apesar da crise, as relações russo-checas "avançam bem".