Resistência da cidade mártir perto do fim? O fantasma da fome e os ataques a Kharkiv
Ao 47.º dia, os separatistas pró-russos garantiram já controlar a zona portuária da cidade estratégica de Mariupol. A arma da desinformação voltou a ser utilizada, desta vez numa publicação das Forças Armadas ucranianas a dar conta da preparação para uma "batalha final" e com críticas ao Governo de Zelensky. Horas depois, a autarquia local garantiu que a página foi pirateada. A UNICEF alertou, entretanto, que metade das crianças ucranianas já está em risco de não ter comida e água suficientes para viver.
Corpo do artigo
- O presidente ucraniano afirmou esta segunda-feira, numa reunião com deputados sul-coreanos, que dezenas de milhares de pessoas morreram em Mariupol, cidade cercada há semanas pelas forças russas. "Mariupol foi destruída, há dezenas de milhares mortos, mas, ainda assim, os russos não estão a abrandar a ofensiva", sublinhou Zelensky.
- Mais tarde, o autarca local, Vadym Boychenko, referiu que pelo menos 10 mil civis terão morrido naquela cidade portuária, número que pode, aliás, ser muito superior, ultrapassando os 20 mil.
- Nas últimas 24 horas, a região de Kharkiv, no leste da Ucrânia, foi bombardeada 66 vezes. Há "vários mortos", incluindo crianças.
- Uma brigada naval das Forças Armadas ucranianas comunicou, esta segunda-feira, estar-se a preparar para uma "batalha final" no porto no sudeste de Mariupol, que tem estado cercado pelas forças russas há mais de 40 dias. Mas a Autarquia diz que a conta de Facebook onde a mensagem foi veiculada foi pirateada e o general que lidera a resistência garante que a luta pela vitória continua.
- A Rússia avisou hoje que a eventual adesão da Finlândia e da Suécia à NATO não contribuirá para a segurança na Europa, depois de o jornal "The Times" ter noticiado a possível integração dos dois países no verão.
- Um representante dos serviços de emergência ucranianos afirmou que metade do território do país está minado. Os trabalhos de desminagem estiveram concentrados nos arredores de Kiev e noutras áreas do norte do pais, na sequência da retirada das tropas russas. Neste momento, decorrem nas regiões de Kharkiv e Nikolaev, apesar dos bombardeamentos russos.
- De acordo com o governador da região de Dnipropetrovsk, 92 pessoas, incluindo 17 crianças, estão a receber tratamento hospitalar na sequência do ataque à estação de Kramatorsk, em Donetsk.
- A jornalista russa Marina Ovsyannikova, que se tornou um rosto antiguerra ao interromper um programa de notícias pró-Kremlin em março, vai ser correspondente na Ucrânia e na Rússia para o diário alemão Welt.
- O chanceler da Áutria, Karl Nehammer, foi o primeiro líder da União Europeia a encontrar-se com o presidente russo, numa reunião "direta, aberta e dura". No final do encontro, o responsável não se mostrou otimista, confirmando que Putin está a preparar uma grande operação no Donbass.
- A ONU confirmou esta segunda-feira a morte de 1842 civis na guerra da Ucrânia entre o dia da invasão russa, 24 de fevereiro, e o final de domingo, num balanço que inclui 148 crianças.
- O chefe dos separatistas pró-russos de Donetsk afirmou hoje que as suas forças controlam totalmente a zona portuária da cidade estratégica de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, cercada há mais de um mês. "Em relação ao porto de Mariupol, já está sob o nosso controlo", declarou Denis Pushilin em declarações transmitidas em direto pela cadeia televisiva russa Pervy Canal.
- A UNICEF alertou que quase metade dos 3,2 milhões de crianças ucranianas que permanecem no país estão em risco de não ter comida e água suficiente, salientando que Mariupol e Kherson são as cidades mais carenciadas.