O ministério da Defesa da Rússia assegurou que a cidade de Bakhmut está bloqueada, uma versão que colide com declarações do chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeni Prighozin, e dos militares ucranianos.
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Yevgeni Prighozin, que lidera um grupo militar privado próximo do Kremlin, já desmentiu por várias ocasiões os anúncios emitidos por Moscovo sobre a evolução da ofensiva militar na Ucrânia e também criticou as autoridades pela escassez de munições disponibilizadas à sua formação.
Kiev também desmentiu o bloqueio total de Bakhmut, um objetivo estratégico na região de Donetsk (leste), ao assegurar que as forças ucranianas ainda mantêm a possibilidade de "enviar produtos alimentares, munições, medicamentos" para a cidade, e ainda "recuperar" os seus feridos, segundo o porta-voz militar da zona leste, Serguiï Tcherevaty, citado pela agência noticiosa AFP.
Através de um comunicado, o ministério da Defesa da Rússia assegurou que as suas forças terrestres e aéreas conseguiram bloquear a entrada de novos efetivos ucranianos e a possível retirada do inimigo.
Segundo o ministério, as unidades de assalto do grupo Wagner presentes em Bakhmut, o atual epicentro dos combates na região do Donbass, promovem "operações de alta intensidade" para finalizar a expulsão das forças ucranianas do centro da cidade.
"Não sei o que está a acontecer nas ilhas Canárias ou em Nova Iorque, mas sei o que se está a passar em Artemovsk, também conhecida por Bakhmut", disse Prighozin através de uma declaração do seu grupo de comunicação no Telegram e onde admite que os ucranianos ainda possuem margem de manobra na zona.
O fundador do Wagner disse que as suas forças registaram movimentações de tropas ucranianas na zona e que "é demasiado cedo para falar de um cerco completo a Bakhmut".
Referiu-se ainda a "batalhas sangrentas" em curso e calculou que as forças leais à Rússia, incluindo as milícias separatistas russófonas do Donbass, já controlam 80% da cidade.