A Rússia qualificou hoje como "fantasia política" uma eventual guerra de gás com o Ocidente, depois de o presidente norte-americano, Barack Obama, ter proposto aumentar as exportações de gás para a União Europeia.
Corpo do artigo
"Esta não é uma questão que tire sequer o sono. Diria que é mais uma fantasia política", afirmou Vladimir Chizhov, embaixador russo junto da UE, à agência Interfax.
Segundo Chizhov, a UE só vai trocar o gás natural pelo gás natural de xisto "dentro de 50 ou 100 anos" e o apoio dos Estados Unidos à vontade europeia de diversificar as fontes de energia e reduzir a dependência da Rússia "não torna o gás alternativo mais rentável economicamente".
"Imagine-se que uma qualquer quantidade de gás de xisto no estado do Dakota do Norte (...) é bombeada através de gasodutos para um terminal, convertida em gás liquefeito, transportada para algum local na Europa e reconvertida para o seu estado gasoso. Quanto custará isso?", questionou.
"Custará, se não várias vezes, pelo menos consideravelmente mais que o gás da Gazprom (companhia estatal russa de gás), em relação ao qual há tantas queixas de que é demasiado caro", disse.
Chizhov referiu por outro lado que, apesar dos apelos para uma redução da dependência energética europeia em relação à Rússia, em 2013 as exportações de gás para a UE aumentaram 21% em relação ao ano anterior.
Durante a visita que fez na quarta-feira a Bruxelas, Barack Obama disse ter "autorizado a exportação de tanto gás natural quanto a Europa precise", uma vez assinado o Tratado de Comércio Livre UE-EUA atualmente em negociação.
A diversificação das fontes de energia da Europa, segundo o presidente norte-americano, "é boa para a Europa e boa para os Estados Unidos" e, mesmo sendo "algo que não acontece da noite para o dia", é necessário "atuar com sentido de urgência", como mostra a atual crise russo-ucraniana.