O braço-de-ferro continua em Severodonetsk, cidade-chave da região do Donbass, que está a ser alvo de combates intensos. Mas os relatos sobre avanços e recuos são contraditórios. Também em Svyatohirsk, a Rússia e a Ucrânia sacodem culpas em relação a um incêndio que matou quatro monges e destruiu a maior igreja ortodoxa em madeira do país. Os pontos-chave deste sábado, naquele que é o 101.º dia de guerra:
Corpo do artigo
- A Ucrânia disse que a Rússia colocou todas as suas forças disponíveis na batalha por Severodonetsk, cidade chave da região do Donbass onde Moscovo concentra a ofensiva na esperança de controlar por completo o território. Os relatos são contraditórios: as tropas ucranianas anunciaram ter feito recuar as forças russas em Severodonetsk, mas o exército russo afirmou que as unidades militares ucranianas retiraram-se da cidade e recuado para Lysychansk, uma cidade vizinha. Leia mais aqui
- A Rússia e a Ucrânia apontam o dedo uma à outra por um incêndio no mosteiro de Svyatohirsk Lavra, a cerca de 50 quilómetros de Kramatorsk, uma das zonas com combates mais intensos em Donetsk. Construída em 1912, era a maior igreja ortodoxa em madeira de toda a Ucrânia. O mosteiro é afiliado ao Patriarcado de Moscovo, que é administrado pelo Patriarca Cirilo, que é um aliado de longa data de Putin que deu a sua bênção à guerra na Ucrânia. A igreja incendiou-se, o que terá matado quatro monges. Enquanto a Ucrânia culpa um bombardeamento russo, a Rússia acusou as forças ucranianas "nacionalistas" em retirada de atear fogo ao edifício.
1533041227591041024
- As forças russas realizaram um ataque com mísseis a uma empresa agrícola na região sul de Odessa. Duas pessoas ficaram feridas.
- Três pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas depois de forças russas terem disparado contra áreas residenciais de Mykolaiv. Duas das vítimas morreram no local e uma a caminho do hospital.
- A Rússia afirmou ter atingido com mísseis de alta precisão um centro de treino de artilharia na região de Sumy, onde trabalhavam instrutores estrangeiros.
14916512
- A brigada de voluntários da Ucrânia anunciou a morte de quatro militares estrangeiros que lutavam contra as forças russas e prestou homenagem à "sua bravura, memória e legado".
- Um segundo barco russo chegou ao porto ucraniano de Mariupol, ocupado pelas forças de Moscovo. Na segunda-feira passada, um barco russo retirou da cidade martirizada 2500 toneladas de aço, que foram transportadas para a região russa de Rostov.
- Os serviços de informação ucranianos estão em comunicação com os combatentes da siderúrgica Azovstal capturados pelas forças russas e Kiev está a fazer o possível para garantir a sua libertação.
- Centenas de pessoas estão a fugir da cidade de Sloviansk, no leste da Ucrânia, todos os dias, com o número de evacuações quase a duplicar esta semana.
- O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu aos autarcas dos EUA que cortem os laços de "fraternidade" com as cidades russas e participem no "maior projeto económico do nosso tempo", ajudando a reconstruir a Ucrânia após a guerra.
- O negociador ucraniano, Mykhailo Podolyak, disse que não faz sentido conversar com a Rússia até que as forças de Moscovo sejam empurradas o máximo possível para as fronteiras da Ucrânia.
- Em relação à decisão dos EUA de enviar novas armas para a Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que a Rússia está a lidar com facilidade e já está a destruir as armas fornecidas pelos americanos.
- Putin afirmou, numa entrevista que exportar grãos da Ucrânia "não é problema", numa altura em que a invasão russa faz crescer os temores em torno de uma crise alimentar global. A exportação pode ser feita por portos ucranianos, por outros sob controlo russo ou mesmo pela Europa central, defendeu o presidente russo, acusando o Ocidente de "fanfarronice" por alegar que Moscovo está a impedir as exportações de grãos da Ucrânia.
14916610
- O ministro italiano dos negócios estrangeiros, Luigi di Maio, disse que começou "a guerra mundial do pão", com o bloqueio de cereais na Ucrânia e o consequente "risco de novos conflitos em África".
- O regime de restrição de voos civis em 11 aeroportos do sul e parte central da Rússia foi prolongado até 12 de junho.
- O presidente de França, Emmanuel Macron, disse que é vital que a Rússia não seja humilhada para que possa encontrada uma solução diplomática quando os combates cessarem na Ucrânia. Porém, o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, escreveu que que tais ligações "apenas humilhariam França" e outros que adotam a mesma opinião.
- O papa Francisco reiterou a sua disposição de visitar a Ucrânia, mas, questionado por um menino ucraniano durante um encontro com um grupo de jovens no Vaticano, disse que está à espera do "momento certo".