O Kremlin responsabilizou, esta segunda-feira, as sanções impostas pelo Ocidente - na sequência da invasão russa da Ucrânia - por graves perturbações na manutenção do gasoduto Nord Stream I. Moscovo garantiu não existirem outras razões para a interrupção do fornecimento de gás.
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"Os problemas de bombeamento [do gasoduto] surgiram por causa das sanções impostas pelo Ocidente contra o nosso país e contra várias empresas", acusou Dmitri Peskov, porta-voz do presidente russo Vladimir Putin, aos jornalistas, de acordo com a agência de notícias russa Interfax, citada pelo jornal norte-americano "The New York Times".
Peskov sugeriu que o fornecimento limitado de gás pelo Nord Stream I poderia ser recuperado através de uma turbina que a Rússia alega estar danificada, mas que o sistema não regressaria à sua capacidade máxima até serem levantadas as sanções impostas pelo Ocidente. Desde julho que o fornecimento de gás do gasoduto está limitado a 20% de capacidade.
"Dado que as sanções permanecem em vigor, uma vez que trouxeram uma comoção absoluta - legal e prática - a tudo relacionado com a manutenção de todos os componentes e conjuntos, por enquanto só podemos esperar que seja possível consertar esta unidade", acrescentou.
A fornecedora de gás natural russa, Gazprom, anunciou na semana passada que iria prolongar a suspensão do fornecimento através do gasoduto Nord Stream I, que liga a Rússia à Europa pela Alemanha. Não foi avançada uma data para o restabelecimento, e os líderes ocidentais acusaram a Rússia de prolongar a suspensão para penalizar a Europa pela oposição à guerra.
Na sexta-feira, a Gazprom disse que encontrou fugas de óleo perto da turbina usada para pressurizar o gasoduto, sendo necessário cancelar o restabelecimento planeado após vários dias de interregno para manutenção. A empresa alemã Siemens Energy, fabricante da turbina, questionou esta decisão, garantindo que "não é motivo técnico para interromper a operação".