Gasoduto Nord Stream I, que liga o gás russo à Europa, encerrado por três dias. União Europeia atinge a meta de 80% de armazenamento.
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Os governos europeus estão a navegar numa escalada exponencial dos preços da energia, como consequência das sanções impostas à Rússia pela invasão da Ucrânia. Procuram-se alternativas ao fornecimento de gás russo, quando o inverno está quase aí. Foi convocada, anteontem, uma reunião de emergência entre os ministros europeus da Energia, a 9 de setembro, para discutir a crise em mãos.
O gasoduto Nord Stream I, a principal fonte de gás da Rússia para a Europa, deverá ser encerrado durante três dias para manutenção, anunciou ontem o fornecedor russo Gazprom. A Rússia tem limitado o fornecimento do gasoduto a 20% e teme-se que esta suspensão, agendada para arrancar hoje, possa vir a ser prolongada. "Há garantias de que, além dos problemas técnicos causados pelas sanções, nada impede o fornecimento", retorquiu Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin. Além disso, a Gazprom vai proceder a novos cortes nas suas entregas de gás à principal fornecedora em França, a Engie, devido a um "desacordo sobre a execução dos contratos", denunciou a empresa. A ministra francesa da Transição Energética, Agnes Pannier-Runacher, disse que "é muito claro que a Rússia está a usar o gás como uma arma de guerra".
A presidente da Comissão Europeia anunciou ontem que a União Europeia já atingiu a meta de 80% de armazenamento de gás, prevista para 1 de novembro. São "boas notícias" para reduzir a dependência da Rússia, anunciou Ursula von der Leyen numa cimeira sobre Segurança Energética. Contudo, tal só poderá acontecer "se se investir maciçamente em energias renováveis". A Comissão Europeia vai apresentar dentro de semanas a proposta para intervenção de emergência no mercado energético europeu, estudando medidas como limites de preços, e vai avançar no início do próximo ano com a reforma estrutural na eletricidade.
Os líderes espanhol e alemão, Pedro Sánchez e Olaf Scholz, reiteraram ontem a necessidade de acelerar as ligações para transporte de energia entre a Península Ibérica e o resto da Europa. Se o projeto do gasoduto dos Pirenéus "não se desenvolver ao ritmo adequado", por obstáculos colocados pela França, a própria UE definiu outra possibilidade: uma ligação com Itália.