As autoridades russas de ocupação na região de Kherson, no sul da Ucrânia, anunciaram esta quarta-feira que a retirada de civis já começou, na sequência do avanço das tropas ucranianas, referindo que pretendem transferir mais de 50 mil pessoas.
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"A transferência organizada de moradores para a outra margem do [rio] Dnieper começou em Kherson", avançou o chefe da administração de ocupação local, Vladimir Saldo, na rede de mensagens Telegram.
"Está prevista a retirada de 50 mil a 60 mil pessoas para a margem esquerda do Dnieper", rio que faz fronteira com a cidade de Kherson, afirmou ainda.
Esta evacuação, à taxa de 10 mil pessoas por dia, deve levar seis dias, acrescentou o responsável, citado por agências de notícias russas.
Segundo a agência Ria-Novosti, o administrador pró-russo da região, Yevgeny Melnikov, disse que as pessoas retiradas da zona deverão ser levadas para a Rússia.
A agência de notícias refere ainda que os assinantes de redes de telemóveis locais receberam SMS pedindo-lhes para sair antes do próximo "bombardeamento do exército ucraniano".
O canal russo Rossia 24 também transmitiu uma reportagem mostrando as pessoas retiradas da região a embarcar em ferry-boats para atravessar o rio.
O general russo Sergey Surovikin, atualmente encarregado das operações na Ucrânia, disse, na noite de terça-feira, que o exército russo tem como prioridade "garantir a retirada segura da população" de Kherson.
"Mais ações na cidade de Kherson dependerão da situação militar", adiantou, acrescentando, sem explicar, que "não descarta uma tomada de decisão muito difícil".