A Rússia anunciou, esta terça-feira, ter intercetado 209 drones ucranianos durante a noite, num grande ataque de Kiev pelo segundo dia consecutivo.
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Os drones foram abatidos principalmente sobre as regiões russas de Kursk (62 drones neutralizados) e Belgorod (31), na fronteira com a Ucrânia, de acordo com um comunicado do Ministério da Defesa russo.
Na segunda-feira, a Rússia disse ter intercetado mais de 250 drones ucranianos e registou duas mortes na cidade de Belgorod. Nesta região, mil pessoas continuavam sem eletricidade esta manhã, após os ataques com drones contra infraestruturas energéticas nos últimos dois dias, de acordo com o governador Viatcheslav Gladkov.
Um ataque com drones ucranianos na região de Kherson, controlada pela Rússia, matou quatro pessoas.
Desde o início da ofensiva, há três anos e meio, a Rússia lança quase diariamente drones e mísseis contra a Ucrânia, que responde regularmente com ataques ao território russo. Kiev visa principalmente infraestruturas energéticas russas, mas os ataques são normalmente limitados a algumas dezenas de drones.
Por seu lado, Moscovo intensificou os ataques à rede elétrica ucraniana nos últimos dias, temendo-se uma campanha destinada a mergulhar o país na escuridão e a dificultar o aquecimento com a aproximação do inverno, como aconteceu em 2024.
Na noite passada, as defesas aéreas ucranianas neutralizaram 88 drones de longo alcance lançados pela Rússia contra o seu território, num total de 152, num ataque que atingiu a infraestrutura energética e ferroviária na região de Poltava, no centro da Ucrânia. A Rússia lançou também dois mísseis balísticos que as defesas ucranianas não conseguiram intercetar.
Segundo a administração militar de Poltava, vários drones atingiram a região, onde um edifício administrativo, vários armazéns, equipamento ferroviário e infraestruturas energéticas foram danificados. Mais de mil pessoas ficaram sem energia devido ao ataque, que não causou vítimas.
O Ministro do Desenvolvimento, Oleksi Kuleba, explicou que entre as infraestruturas afetadas em Poltava estão uma linha de transmissão de energia e um local onde estão estacionadas locomotivas. Kuleba falou ainda de atrasos nalguns comboios devido ao bombardeamento.
O ministro relatou igualmente a situação na região nordeste de Sumi, na fronteira com a Rússia, cuja capital ficou sem energia nalgumas zonas devido ao ataque russo.
No final de setembro, Moscovo exercia controlo total ou parcial sobre 19% de território ucraniano, de acordo com a análise da agência France-Presse (AFP) dos dados fornecidos pelo Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), organização norte-americana.
Cerca de 7% - a Crimeia e áreas da região industrial de Donbass - já estavam sob controlo antes do início da invasão russa em fevereiro de 2022.