O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, negou esta quinta-feira que Moscovo tenha aumentado a sua presença militar na Síria, ao contrário do que têm sugerido diversos média ocidentais.
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"A nossa presença militar nunca foi segredo. Os nossos especialistas militares trabalham aí, ajudando o exército sírio a familiarizar-se com o nosso armamento. Neste momento, a Rússia não está a adotar qualquer passo adicional", assinalou Lavrov, em conferência de imprensa.
O chefe da diplomacia acrescentou que "caso sejam requeridos, esses passos seriam dados de acordo com a legislação [russa] e com as normas internacionais".
"E, seguramente, a pedido e de acordo com o Governo sírio e os governos de outros países da região, caso se trate de ajudá-los no combate ao terrorismo", disse.
O chefe da diplomacia de Moscovo garantiu que "nos aviões fretados com destino à Síria, a Rússia envia produção militar em consonância com os contratos em vigor e ajuda humanitária".
A Bulgária, país membro da NATO, encerrou esta semana o seu espaço aéreo aos aviões russos que se dirigem para o país árabe devido às alegações de que transportavam armamento e tropas.
Na semana passada, o Presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu que Moscovo fornece armamento à Síria e ao Irão para combater o terrorismo jiadista, mas negou planos para o envio de tropas ou o envolvimento aéreo para bombardear posições do grupo Estado Islâmico (EI).
De acordo com diversos média norte-americanos, o secretário de Estado, John Kerry, expressou no passado fim-de-semana a sua preocupação sobre uma possível intervenção militar russa no país árabe.
Segundo esta versão, a Rússia teria reforçado o envio de armamento pesado em direção a Damasco e estaria a preparar o terreno para uma intervenção militar, incluindo a instalação de casas pré-fabricadas em diversos aeródromos sírios controlados pelas forças governamentais.
O vice-ministro da diplomacia russa, Mikhail Bogdanov, também negou alterações na cooperação militar com a Síria, quer no estatuto da base naval de Tartus, quer no envio de armamento.
"Em comparação com anos anteriores, a atual cooperação técnico-militar com a Síria é bastante modesta", assegurou.