Rússia planeou atos de "terrorismo aéreo" contra empresas de aviação de todo o Mundo
O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, afirmou esta quarta-feira que a Rússia planeou atos de "terrorismo aéreo" contra companhias aéreas de todo o mundo, acusando Moscovo de sabotagem e desvio de voos em solo polaco e não só.
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Tusk fez a declaração ao receber o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para conversações em Varsóvia, poucos dias antes da tomada de posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. A Polónia, membro da UE e da NATO, tem sido um dos maiores aliados da Ucrânia desde que a Rússia lançou uma guerra contra Kiev, em fevereiro de 2022.
“Tudo o que posso dizer, e não vou entrar em detalhes, mas posso confirmar a validade desses temores, é que a Rússia planeou atos de terror aéreo, e não apenas contra a Polónia, mas contra companhias aéreas em todo o mundo”, disse Tusk aos repórteres.
Tusk afirmou ainda que a Polónia, que detém atualmente a presidência semestral rotativa da União Europeia, irá acelerar o processo de adesão da Ucrânia ao bloco. “A presidência polaca irá resolver o impasse que tem sido evidente nos últimos meses”, disse Tusk.
“E vamos trabalhar em conjunto com a Ucrânia e os nossos parceiros europeus para acelerar o processo de adesão tanto quanto possível”, acrescentou.
Zelensky disse aos jornalistas que “quanto mais cedo a Ucrânia estiver na UE, quanto mais cedo a Ucrânia se tornar membro da NATO, quanto mais interagirmos, mais cedo toda a Europa terá a certeza geopolítica de que necessita”.
“A Rússia não passará onde houver a nossa integração, a nossa força comum, o nosso respeito”, acrescentou.
"Problema a resolver"
Zelensky tem estado a realizar uma série de reuniões com os apoiantes da Ucrânia antes do regresso de Trump à Casa Branca. O republicano prometeu pôr rapidamente fim aos combates quando entrar em funções na próxima semana, o que suscita na Ucrânia o receio de ser forçada a fazer grandes concessões territoriais em troca da paz.
Tusk e Zelensky também falaram sobre a resolução de uma disputa de décadas sobre os assassinatos de polacos em Volyn, na Segunda Guerra Mundial, no que é atualmente a Ucrânia Ocidental.
Tusk, cuja aliança pró-UE no poder enfrenta eleições presidenciais em maio, está sob pressão dos conservadores nacionais para garantir as exumações das vítimas do massacre.
Na sexta-feira, Tusk saudou “uma decisão sobre as primeiras exumações das vítimas polacas”, mas tanto Kiev como Varsóvia mantiveram o silêncio sobre os pormenores do que foi acordado.
“Há um problema bastante óbvio para resolver, que é a necessidade de as famílias polacas enterrarem os seus entes queridos com dignidade”, disse Tusk ao lado de Zelensky na quarta-feira.
“O facto de nós (Polónia e Ucrânia) nos entendermos sobre o assunto e começarmos a falar normalmente e a tomar medidas, sim, isso constitui um avanço”, acrescentou. Nenhuma das partes especificou quais as ações concretas que foram tomadas.