Um tribunal em Moscovo ordenou, esta sexta-feira, a prisão preventiva de uma jornalista que cobria os julgamentos do principal opositor russo, Alexei Navalny, falecido em fevereiro, sob a acusação de "extremismo".
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Os procuradores dizem que Antonina Kravtsova, correspondente para o órgão de comunicação independente "SotaVision", participou numa "organização extremista" - uma acusação que pode resultar em até seis anos na prisão.
O Kremlin criminalizou as organizações de Navalny como "extremistas" antes da sua morte e tem levado a cabo uma perseguição dos seus aliados que ficaram na Rússia.
"O Tribunal Distrital de Basmanny ordenou a prisão preventiva de Antonina Kravtsova por um período de dois meses", anunciou o serviço de imprensa dos tribunais de Moscovo no Telegram.
Kravtsova, que também usa o nome Antonina Favorskaya, cobria regularmente os julgamentos de Navalny e filmou um no dia antes de ele morrer na prisão russa do Ártico, no dia 16 de fevereiro.
Antonina Kravtsova foi detida no início desta semana enquanto saía da prisão, depois de ter cumprido uma pena de 10 dias por desobedecer ordens da polícia. A jornalista tinha sido, inicialmente, detida horas após visitar a campa de Navalny, no sul de Moscovo, durante as eleições presidenciais russas.
A acusação alega que Kravtsova partilhou conteúdos nas redes sociais de Navalny que estavam banidos na Rússia.
No tribunal, esta sexta-feira, Kravtsova disse que a sua detenção era uma retaliação por um artigo que escreveu sobre como Navalny tinha sido torturado na prisão, segundo reportou o "SotaVision". O artigo foi partilhado na rede social X pela mulher de Navalny, Yulia Navalnaya, que o descreveu como "um texto importante".
A equipa de Navalny condena o caso e afirma que o regime russo está a tentar criar "uma nova onda de medo" entre os seus críticos.