Um supermercado propriedade de empresários portugueses foi saqueado e incendiado por desconhecidos durante a última noite na localidade venezuelana de San Diego, Estado de Carabobo, 160 quilómetros a leste da capital, Caracas.
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Fontes da comunidade portuguesa local explicaram à agência Lusa que o supermercado Hiper Líder foi saqueado e incendiado por pessoas armadas depois de ser conhecida a condenação por um tribunal venezuelano do presidente da Câmara Municipal de San Diego, Vicencio Scarano Spisso, por não desmantelar as barricadas de manifestantes na área da sua jurisdição.
"Foi uma noite muito ruidosa, tive um filho que teve que ficar num apartamento de pessoas amigas porque não havia passagem para casa. As pessoas saíram às ruas e colocaram barricadas nas estradas, fizeram fogueiras e estão a programar mais protestos para hoje", disse uma portuguesa à Agência Lusa.
Na sua conta da rede social Twitter, o governador socialista do Estado de Carabobo, Francisco Ameliach, anunciou que além do supermercado, grupos "terroristas" incendiaram também um camião, ao mesmo tempo que responsabilizou a oposição pelos danos.
O presidente da Câmara Municipal de San Diego, Vicencio Scarano Spisso, e o chefe da polícia local, Salvatore Lucchese Scaletta, foram condenados por um tribunal, na noite de quarta-feira, a 10 meses e 15 dias de prisão, por não desmontarem as barricadas de manifestantes naquela localidade.
Segundo o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela, ambos desrespeitaram uma sentença daquele organismo, de 12 de fevereiro último, que ordenava que se tomassem as ações necessárias para evitar a colocação de barricadas na área de jurisdição, a fim de garantir a livre circulação.
A sentença do STJ determina ainda que Vicencio Scarano Spisso cessará funções como presidente daquela câmara municipal.
A Venezuela é, dede há 36 dias, palco de protestos diários em várias cidades, durante os quais mais de três dezenas de pessoas morreram e centenas