O secretário de Estados dos Estados Unidos, John Kerry, disse na quinta-feira, em videoconferência, que a espionagem norte-americana foi "demasiado longe", algo que atribuiu ao facto de a política de informações secretas ter estado em "piloto automático".
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Kerry fez estas declarações numa ligação por vídeo com Londres, onde se realiza até hoje uma conferência sobre governabilidade e participação da sociedade civil.
"Não há dúvida de que o Presidente, eu próprio e outros no Governo norte-americano, temos conhecido detalhes de atos que têm acontecido em piloto automático, porque a tecnologia estava assim e se manteve ao longo de um extenso período", justificou Kerry.
"Em alguns casos, reconheço, como fez o Presidente (Barack Obama) que estas ações foram demasiado longe e vamos assegurar que não acontecerão novamente no futuro", prometeu o chefe da diplomacia norte-americana.
Entretanto, Edward Snowden, o ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA, que revelou vários episódios de espionagem está disposto a depor no tribunal e no Bundestag (câmara baixa) da Alemanha, divulgou no seu site o jornal "Süddeutsche Zeitung ".
Snowden, que se encontra exilado em Moscovo, informou esta decisão numa reunião que manteve na quinta-feira na capital russa com o deputado de Os Verdes e membro da Comissão de Assuntos Secretos do Bundestag, Hans-Christian Strobele.
Segundo Strobele, Snowdem "está bem e com bom aspeto" e "deixou claro que sabe muito".
O deputado acrescentou que Snowden lhe entregou uma carta destinada ao Governo alemão, Bundestag e Procuradoria-Geral.