Segurança da embaixada britânica em Berlim admite ter cedido informações à Rússia
David Smith, de 58 anos, é acusado de ter divulgado contactos e dados pessoais de funcionários públicos britânicos. O segurança foi extraditado e poderá enfrentar uma pena máxima de 14 anos de prisão.
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Um segurança da embaixada britânica em Berlim admitiu ter trabalhado como espião para a Rússia. David Smith, de 58 anos, é acusado de ter reunido informação e divulgado documentos secretos a partir de maio de 2020, altura em que desejava viver na Rússia ou na Ucrânia.
O homem foi preso no dia 10 de agosto de 2021 pela polícia alemã, que efetuou buscas na sua casa, em Potsdam, na Alemanha. David Smith acabou por ser extraditado e deverá comparecer no Tribunal de Westminster. Pode ser acusado de nove crimes sob a Lei de Segredos Oficiais e condenado a uma pena máxima de 14 anos de prisão.
A acusação defende que o britânico foi movido por ódio ao seu país, irritado com o hasteamento, na embaixada, de uma bandeira de apoio à comunidade LGBT. Além disso, garante que o homem cedeu moradas, contactos telefónicos e outras informações de vários funcionários públicos britânicos ao major-general Sergey Chukhurov, da embaixada da Rússia em Berlim.
Apesar de, como segurança, não ter tido acesso a material ultrassecreto, as informações cedidas podiam ajudar a identificar oficiais de inteligência britânicos infiltrados na embaixada.
No dia em que foi detido, Smith tinha saído mais cedo do trabalho, alegando que não se estava a sentir bem, e foi recebido em casa pela polícia. Além de imagens da embaixada, as autoridades encontraram nos seus dispositivos eletrónicos o rascunho de um documento, datado de maio de 2020, endereçado a um militar russo. Nessa carta, o segurança pedia anonimato, revelando o local onde trabalhava. Também foram encontrados emails classificados como "secretos" e informações pessoais de vários funcionários.