Pelo menos seis pessoas morreram esta segunda-feira na Somália, na sequência da explosão de uma bomba que destruiu um autocarro das Nações Unidas na cidade de Garowe.
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"Confirmamos a morte de seis funcionários da ONU, incluindo um estrangeiro", disse Abdullahi Mohamed, da polícia local.
O engenho explosivo, que se acredita ter sido colocado no miniautocarro, foi detonado perto do gabinete das Nações Unidas, indicou o mesmo responsável.
Abdulahi Mohamed, da polícia de Puntland, região autónoma que tem Garowe como capital, esclareceu que "a base da ONU não foi atingida" e que "não se tratou de um carro-bomba", após relatos iniciais que davam conta da explosão de um carro armadilhado à entrada do complexo das Nações Unidas.
Os islamitas 'shebab', aliados da al-Qaeda, reivindicaram o atentado. "Visámos a ONU em Garowe, matámos e ferimos pessoas", disse à agência noticiosa francesa AFP, citado pela Lusa, um porta-voz do grupo.
O porta-voz acusou os funcionários das Nações Unidas no país de "integrarem as forças de colonização da Somália".
O chefe da missão da ONU na Somália, Nick Kay, condenou o ataque na rede social "Twitter", afirmando "estar chocado pelas mortes".
A Somália é palco de uma guerra civil, e não tem de um efetivo poder central desde a queda do presidente Siad Barre, em 1991.
Tal como os anteriores, o atual Governo, reconhecido pela comunidade internacional, não consegue estender a sua autoridade além da capital e respetiva periferia.
Os 'shebab', saídos de um ramo dos 'tribunais islâmicos' que controlaram durante seis meses, em 2006, o centro e sul do país, incluindo a capital, lideram a rebelião armada e querem derrubar as autoridades de Mogadíscio.
Os rebeldes, aliados da al-Qaeda mas derrotados no terreno militar pela Força da União Africana (AMISOM), que apoia o embrionário exército somaliano, multiplicam os ataques e as ações de guerrilha na Somália e no vizinho Quénia contra responsáveis governamentais, funcionários, tropas da AMISOM e trabalhadores de organizações não-governamentais e da ONU.
O grupo reivindicou o atentado contra a universidade de Garissa, no início de abril, que causou 148 mortos, e o ataque contra o centro comercial Westgate em Nairobi, que se saldou em pelo menos 67 mortos, em setembro de 2013.