Afinal, o suposto paciente zero italiano nunca teve Covid-19. OMS alarmada com cinco óbitos registados no Irão.
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Com 2359 mortes e 77.825 infetados, o coronavírus rapidamente saltou as fronteiras chinesas, com casos confirmados em 28 países. Ao início desta noite, Itália contava com duas mortes e mais de 70 casos de Covid-19, ainda sem qualquer pista sobre quem terá iniciado o contágio. No Irão, os cinco óbitos alarmam as autoridades, com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a classificar a situação de "muito preocupante".
Em Itália, a situação complica-se a cada hora, com o número de infetados a aumentar e a disseminar-se pelo território. A confirmação, este sábado, pelo vice-ministro da Saúde italiano, citado pelo "La Repubblica", de que, afinal, o suposto paciente zero - um gerente que tinha regressado da China - nunca contraiu o vírus, veio baralhar ainda mais as autoridades.
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Sem saber quem começou a disseminação do vírus, sabendo apenas que o surto começou em Lodi, na Lombardia, as autoridades passam a pente fino os 19 dias do paciente 1, um homem de 38 anos que havia estado em contacto com o alegado paciente zero no dia 1 de fevereiro.
A rede de propagação é estonteante: participou em maratonas, foi trabalhar, assistiu a jogos de futebol, saiu à noite com amigos. A mulher, grávida de oito meses, está em estado crítico no hospital, infetada com Covid-19. E as duas pessoas que morreram - uma mulher de 75 anos e um homem de 77 - tinham estado em contacto com o paciente 1 nas urgências hospitalares. Encontra-se, refira-se, hospitalizado em estado considerado grave.
O que vem dar força aos receios da OMS, com o seu diretor-geral, Adhanom Ghebreyesus, a alertar para a inexistência de relação entre alguns casos e o surto em Wuhan (China). "Estamos preocupados com o número de casos sem vínculo epidemiológico claro", disse Ghebreyesus .
Sobretudo, precisou, com a situação que se vive no Irão, com 18 casos e cinco óbitos. "Há um caso que está ligado ao Irão agora no Líbano. E isso é, realmente, muito preocupante", frisou o diretor-geral da OMS. Se a isso juntarmos um sistema de saúde debilitado, o potencial de propagação do vírus é enorme.