A chefe dos serviços secretos internos noruegueses, Janne Kristiansen, declarou, esta quarta-feira, não ter por enquanto qualquer prova de que o suspeito da carnificina na Noruega tivesse cúmplices ou eventuais ligações com "células" na Europa. Norueguses muito satisfeitos com a formo como Governo geriu a crise.
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"Posso-vos dizer de maneira geral que, por enquanto, não temos qualquer prova da existência de outras células na Noruega ou no Reino Unido", declarou Kristiansen, à BBC, precisando que os serviços secretos trabalhavam "activamente sobre esta questão" e "em ligação estreita" com os homólogos "na Europa, nos Estados Unidos e outros".
"É possível, mas penso que é altamente improvável", acrescentou a responsável dos serviços secretos noruegueses. "Penso que este individuo quer continuar a focalizar a atenção sobre si próprio", disse.
Durante as audições, Anders Behring Breivik afirmou ter agido sozinho, mas também evocou a existência de "duas outras células".
O advogado de Breivik indicou na terça-feira que o cliente tinha mencionado não só "duas células na Noruega", mas também "várias células no estrangeiro".
Questionada sobre as declarações do advogado de Breivik, que considerou que o cliente era demente, Janne Kristiansen declarou que "ficaria surpreendida" se este fosse o caso.
Setenta e seis pessoas morreram nos ataques, segundo o último balanço das autoridades, oito das quais devido a um atentado com viatura armadilhada em Oslo e 68 mortas a tiro na ilha de Utoeya, a 40 quilómetros da capital, onde cerca de 600 jovens membros do Partido Trabalhista se reuniam.
Entrentanto, nove em 10 noruegueses estão satisfeitos ou muito satisfeitos com a gestão dos atentados terroristas pelo primeiro-ministro trabalhista, Jens Stoltenberg, segundo uma sondagem publicada no jornal Verdens Gang.
À questão "Como avalia a forma como o primeiro-ministro geriu a situação criada pelos ataques terroristas?", 80,1% dos inquiridos respondeu "muito bem " e 14% "bem".
A sondagem indicou que Jens Stoltenberg interveio rapidamente, com múltiplas declarações públicas, tendo apelado aos seus concidadãos a não abdicarem dos seus valores face ao horror dos atentados, que causaram 76 mortos.
O partido do governo norueguês foi o principal alvo do massacre, perpetrado pelo extremista Anders Breivik Behring.
"[Jens] Stoltenberg tem sido um grande líder em circunstâncias excecionais, humano e firme no momento preciso. Nunca foi tão bom", disse Harald Stanghelle, o comentador político do jornal Aftenposten, à agência noticiosa francesa AFP.
Apenas 2,3% dos noruegueses inquiridos considerou a gestão do seu primeiro-ministro "má" ou "muito má".
Já o rei da Noruega, Harald V, obteve a aprovação de 93% dos seus súbditos, na sondagem.
O inquérito foi realizado na terça-feira pelo Instituto InFact, a uma amostra de 1.013 pessoas.