Sete capacetes azuis nigerianos da Missão das Nações Unidas na Costa do Marfim foram mortos numa emboscada no ocidente do país, no primeiro ataque do género ali registado, disse um porta-voz da ONU.
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"De acordo com um balanço provisório, sete capacetes azuis da Nigéria perderam a vida no ocidente da Costa do Marfim, na zona a sul da localidade de Taï", perto da fronteira com a Libéria, disse o porta-voz da ONU, adiantando que foi o primeiro ataque do género no país e que se trata de "uma grave violação do direito internacional".
Segundo a fonte, os capacetes azuis patrulhavam a zona entre Taï e a aldeia de Para, no seguimento de rumores sobre "ataques iminentes" a diversas localidades da região.
"A situação gerou pânico nas aldeias, com alguns habitantes a fugirem para a floresta e outros em direção à Libéria" disse um habitante de Para, contactado telefonicamente pela agência AFP a partir de Abidjan.
"Muitos aldeãos estão a tentar fugir", confirmou o presidente da câmara de Taï, Désiré Gnonkonté.
O ocidente da Costa do Marfim, região muito instável, foi várias vezes palco de ataques mortíferos desde o fim da crise político-militar de dezembro 2010 a abril de 2011, que causou cerca de três mil mortos em todo o país.
Pelo menos 40 pessoas foram mortas desde julho de 2011 em ataques, segundo a organização não-governamental Human Rights Watch, num relatório divulgado na quarta-feira, que os atribui a forças fiéis ao ex-presidente marfinense Laurent Gbagbo, que operam a partir da Libéria, recrutando "crianças".