O gigante industrial alemão Siemens anunciou esta terça-feira que planeia cortar mais de seis mil postos de trabalho em todo o mundo, devido à fraca procura e ao aumento da concorrência da China e no mercado interno.
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As reduções, que correspondem a cerca de 2% da força de trabalho global da Siemens, serão feitas principalmente no negócio de automação de fábricas do grupo, enquanto um pequeno número de empregos também será cortado no negócio de carregamento de veículos elétricos.
“A procura reduzida, principalmente nos principais mercados da China e da Alemanha, juntamente com o aumento das pressões competitivas, reduziu consideravelmente as encomendas e as receitas no sector da automação industrial”, afirmou o grupo num comunicado. O “objetivo é reforçar a competitividade futura das empresas afetadas e permitir investimentos em mercados em crescimento”.
A Siemens, cujo vasto negócio global vai desde o fabrico de comboios e equipamento para fábricas até aos sistemas que gerem centros de dados, tem-se debatido com o abrandamento da China e da maior economia da Europa, que tem estado atolada em recessão nos últimos dois anos.
Cerca de 5.600 dos cortes de postos de trabalho serão realizados até 2027 no negócio da automação, que fornece robótica, outra maquinaria e software industrial às fábricas, com cerca de metade das funções perdidas na Alemanha.
Os problemas na unidade de automação atingiram os lucros da Siemens no final do ano passado, arrastando o lucro operacional trimestral para 2,5 mil milhões de euros, contra 2,7 mil milhões de euros no ano anterior.
No negócio de carregamento de veículos, o grupo planeia cortar 450 postos de trabalho de um total de 1.300 empregados na operação em todo o mundo até ao final do atual ano financeiro.
Com “um potencial de crescimento limitado para as estações de carregamento de baixa potência”, a Siemens planeia concentrar-se em áreas como as infraestruturas de carregamento rápido. Os construtores de automóveis alemães e os seus fornecedores têm enfrentado grandes dificuldades devido ao abrandamento da procura de automóveis elétricos.
Para os trabalhadores afetados pelos despedimentos na Alemanha, a Siemens procurará encontrar para alguns deles novas funções dentro do grupo. Alguns postos de trabalho serão também suprimidos devido à reforma.
No final do ano passado, a Siemens empregava cerca de 313 mil pessoas em todo o mundo, incluindo cerca de 86 mil na Alemanha.