A Síria aguarda por um ataque militar contra o seu território "a qualquer momento" mas está pronta para responder, disse, esta sábado, o alto responsável pelos serviços de segurança sírios, citado pela agência France Presse.
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"Estamos à espera de um ataque a qualquer momento e estamos também prontos para retaliar a qualquer momento", sublinhou o responsável, no dia em que os inspetores da ONU deixaram a Síria depois de terem recolhido dados sobre o alegado ataque químico perpetrado contra civis na periferia de Damasco, e que agora vão ser enviados para análise em laboratórios europeus.
"Iremos defender o nosso povo e a nossa pátria com todas as nossas capacidades", acrescentou ainda o alto responsável, referindo que uma eventual agressão ocidental será injustificada e "não passará sem uma resposta".
"A opinião pública é contra um ataque militar contra a Síria por parte dos EUA e dos países ocidentais", disse ainda.
O Presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou na sexta-feira que ainda não tomou uma "decisão final" sobre um eventual ataque à Síria, mas admitiu uma ação "limitada" dos Estados Unidos contra o regime de Bashar al-Assad pelo uso de armas químicas.
Afirmando que um recurso a essas armas ameaçaria a segurança nacional norte-americana, Obama insistiu que o mundo não pode aceitar que mulheres e crianças sejam gaseadas, depois de conhecido um relatório dos serviços secretos norte-americanos, segundo o qual 1429 pessoas morreram, entre as quais 426 crianças num ataque atribuído ao regime sírio nos arredores de Damasco, a 21 de agosto.
Obama, que falava na Casa Branca antes de participar numa minicimeira com os seus homólogos dos países bálticos, condenou igualmente "a impotência" do Conselho de Segurança das Nações Unidas perante a questão síria uma vez que a Rússia, um forte aliado de Damasco, bloqueou qualquer intervenção.
O Presidente norte-americano apelou, por fim, ao mundo para que não fique "paralisado" perante a situação na Síria, numa reação à rejeição pelo parlamento britânico de uma participação de Londres numa eventual intervenção armada contra o regime de Bashar al-Assad.