Sismo de 8,8 na Rússia causa tsunami que chegou ao Japão e deixou Pacífico em alerta
Forte sismo, ao início da madrugada desta quarta-feira, ao largo da costa sul da península russa de Kamchatka, provocou tsunamis na Rússia e no Japão e a emissão de alertas em muitos países banhados pelo Pacífico. Maiores ondas foram registadas no Havai e no Japão, com pouco mais de um metro.
Corpo do artigo
O sismo de magnitude 8,8 perto da península russa de Kamchatka, um dos mais fortes registados no mundo, ocorreu na madrugada desta quarta-feira (00.25 horas em Portugal continental), a 20,7 quilómetros de profundidade e a 126 quilómetros da costa de Petropavlovsk-Kamchatsky, provocando um tsunami na região norte do Pacífico e levando à emissão de avisos para o Alasca, Havai e várias costas a sul, até à Nova Zelândia.
De acordo com o Serviço Geológico dos EUA, com uma magnitude de 8,8, este terramoto está empatado como o sexto mais grave de sempre a par do sismo de 2010 em Biobío, no Chile (523 mortos), e o que ocorreu em 1906 em Esmeraldas, no Equador (1500 mortos). Foi ainda o mais forte na região de Kamchatka em 73 anos.
Ao final da manhã, o Havai e zonas centro e sul do Japão reduziram níveis de perigo de tsunami, por já não constituir uma ameaça grave para as populações costeiras, embora se aconselhe cautela aos habitantes. Também a agência meteorológica japonesa reduziu os alertas de tsunami para grande parte do arquipélago, mantendo os alertas para as zonas do norte.
Foto: Serviço Geológico dos EUA/AFP
Rússia
Na cidade de Severo-Kourilsk, no norte do arquipélago russo das ilhas Curilas, várias ondas inundaram as ruas e parte dos dois mil habitantes foram retirados, de acordo com o Ministério de Situações de Emergência. O estado de emergência foi declarado naquela área. A terceira onda foi "poderosa", afirmou a agência noticiosa estatal TASS.
"A quarta onda do tsunami está a chegar. A onda é muito grande, está tudo inundado, toda a costa está inundada", testemunhou um habitante num vídeo publicado pelo jornal russo "Izvestia".
De acordo com o presidente da câmara da cidade, citado pela agência estatal russa Tass, um dos tsunamis arrastou para o mar os navios que estavam ancorados.
Esta magnitude (8,8) é a mais forte registada em Kamchatka desde 5 de novembro de 1952, quando um terramoto de magnitude 9, ocorrido praticamente no mesmo local, provocou tsunamis devastadores em todo o Oceano Pacífico.
O serviço sismológico de Kamchatka alertou que são esperadas réplicas de até 7,5.
Japão
URGENTE: O Tsunami está chegando no Japão https://t.co/rMhu7UyO8c pic.twitter.com/14mY6NnpN2
- Astronomiaum (@astronomiaum) July 30, 2025
AGORA: As ondas do Tsunami começam a se forma no Japão. pic.twitter.com/5WeYiNPOX7
- Astronomiaum (@astronomiaum) July 30, 2025
No Japão, cerca de dois milhões de pessoas receberam ordens para abandonar as suas habitações ou zonas costeiras devido ao risco de tsunami.
Os funcionários da central nuclear de Fukushima (norte), destruída por um forte terremoto e um tsunami em março de 2011, foram retirados, informou a operadora da infraestrutura.
A maior onda registada no país foi de 1,3 metros, na localidade de Kuji, na prefeitura de Iwate, e outra de 80 centímetros na península de Nemuro, em Hokkaido, ambos no norte do país. Foi igualmente observado um tsunami de 30 centímetros no porto de Yokohama, a sul de Tóquio.
A China emitiu alerta de tsunami para várias zonas da costa. As Filipinas também exortaram os habitantes da costa leste a deslocarem-se para o interior e aconselharam os pescadores que já se encontram no mar a permanecerem em águas profundas.
A mesma mensagem foi transmitida no Havai, nos Estados Unidos. "As pessoas não devem, e repito mais uma vez, não devem, como vimos no passado, permanecer perto da costa ou arriscar a vida apenas para ver como é um tsunami", disse o governador do estado, Josh Green.
O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico registou a onda mais alta em Haleiwa, Oahu, e tinha 1,21 metros de altura, com 12 minutos de intervalo entre ondas.
Também o Peru e o México declararam alerta de tsunami para o litoral, assim como o Equador, que evacuou as praias e os portos do arquipélago de Galápagos.
Tsunamis de um a três metros também são possíveis no Chile, na Costa Rica, na Polinésia Francesa e outros arquipélagos.
Os Estados Unidos emitiram uma série de alertas de diferentes níveis ao longo da costa oeste norte-americana, do Alasca até toda a costa da Califórnia.