Extremo Leste da Rússia foi área mais atingida por tremor de magnitude 8,8 esta quarta-feira. Diversos países emitiram ordens ou aconselharam a população a sair de zonas costeiras.
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Um tremor de terra de magnitude 8,8 atingiu uma área perto da cidade russa de Petropavlovsk, na península de Kamchatka, no extremo oriente do país, e deixou as nações do Pacífico em alerta devido às réplicas, aos tsunamis e à erupção de um vulcão. O forte sismo provocou a retirada de milhões de pessoas de áreas costeiras, do Japão aos Estados Unidos, das ilhas Galápagos à Polinésia Francesa.
O terramoto ocorreu às 12.24 horas locais (00.24 horas em Portugal continental) a uma profundidade de cerca de 20 quilómetros, numa região em que a placa tectónica do Pacífico desliza para Noroeste, abaixo da placa da América do Norte. A costa pacífica encontra-se numa região muito ativa sismicamente, conhecida como Anel de Fogo.
Ao tremor juntaram-se dezenas de réplicas de magnitudes variadas, incluindo pelo menos dez com intensidade superior a cinco. "Pode esperar que as grandes réplicas continuem durante algum tempo, mas a frequência de eventos grandes e prejudiciais diminuirá com o passar do tempo", pontuou o cientista-chefe do Centro de Investigação Sismológica da Austrália, Adam Pascal, à agência Reuters.
O vulcão Klyuchevskoy, o mais ativo da Eurásia e o mais alto da Sibéria, com 4700 metros de altitude, voltou a entrar em erupção, também em Kamchatka. "Observa-se lava incandescente a fluir pela encosta Oeste. Há um brilho intenso acima do vulcão e explosões", descreveu o Serviço Geológico da Rússia.
Alertas de tsunami foram emitidos por autoridades de diversos países, com ondas superiores a três metros registadas, incluindo uma com cinco metros, em Severo-Kurilsk, no Norte das ilhas Kuril, arquipélago russo entre a península de Kamchatka e a ilha japonesa de Hokkaido. A localidade viu o porto e uma fábrica de processamento de peixes serem inundados enquanto embarcações eram arrastadas.
Japão e Havai retiram avisos
No Japão, as ondas chegaram a 1,3 metros na prefeitura de Iwate, no Norte. Cerca de duas milhões de pessoas foram aconselhadas a sair de áreas costeiras e procurar abrigo em terreno alto, mas os alertas de tsunami foram retirados posteriormente. Uma mulher morreu após o carro cair de um penhasco enquanto tentar deixar uma zona junto à costa em Kumano, no Centro-Sul.
O país, com o trauma do terramoto de 2011, não teve problemas com as infraestruturas nucleares, com os trabalhadores da central desativada de Fukushima a monitorizarem as operações nas instalações de forma remota. A Agência Internacional de Energia Atómica sublinhou que não foram registados impactos que afetassem a segurança.
No Havai, que teve ondas de 1,7 metros, as estradas ficaram lotadas de pessoas que iam para partes mais elevadas do arquipélago. Voos da ilha de Maui foram cancelados preventivamente. As autoridades dos Estados Unidos retiraram depois os alertas de tsunami, mas pediram para os norte-americanos e turistas evitarem de ir à praia e entrar na água. "Mantenham-se fortes e seguros", escreveu o presidente dos EUA, Donald Trump.
Outros países
Na ilha de Galápagos, no Equador, os parques nacionais foram encerrados, as escolas não abriram, os altifalantes emitiram avisos e os turistas foram retirados dos barcos turísticos e levados para a segurança da terra. Foram registadas ondas de 1,3 metros.
O Governo peruano fechou 65 dos 121 portos no Pacífico. A Marinha desaconselhou a pesca e a permanência em zonas costeiras.
Na Polinésia Francesa, as autoridades retiraram os alertas nas ilhas Marquesas. Apesar da previsão de tsunamis de quatro metros, foram registadas ondas de 1,5 metros no arquipélago com 9500 residentes.