A universidade de ciências e tecnologia mais prestigiada da Coreia do Sul aboliu um sistema controverso de propinas que associava o valor a pagar às notas dos alunos, depois do suicídio de alguns estudantes.
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Quatro estudantes do Instituto Superior Coreano de Ciência e Tecnologia (KAIST) suicidaram-se desde Janeiro, o último dos quais ontem, quinta-feira.
O KAIST foi criado há 40 anos para formar cientistas e técnicos de alto nível.
O presidente do Instituto, Suh Nam-Pyo, antigo professor do prestigiado Massachusetts Institute of Technology (MIT), decidiu em 2007 que o valor das propinas dependeria das notas de cada aluno nos exames.
Os estudantes com notas inferiores a dois pagavam o valor máximo das propinas, ou seja 7,5 milhões de wons (4820 euros) por semestre. As propinas para quem tinha média superior a dois (numa escala até 4.3) diminuíam à medida que as notas aumentavam.
O presidente considerou que o instituto conhecia a pior crise da sua história. Apresentou desculpas públicas e anunciou o fim do programa a partir do próximo semestre.
O sistema foi considerado injusto para os alunos oriundos de escolas profissionais, alegadamente menos bem preparados em disciplinas consideradas difíceis, de acordo com várias críticas.
Um estudante de 19 anos, apelidado "génio da robótica", suicidou-se em Janeiro devido ao "stress extremo" a que estava submetido.
O sucesso escolar é muito valorizado e considerado indispensável na Coreia do Sul.