Um homem sobreviveu ao ataque no Bataclan, onde morreram 89 pessoas, na passada sexta-feira, em Paris, França, graças a uma prótese que tinha numa perna. A filha contou a história.
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Ainda em choque devido aos ataques em Paris, os testemunhos dos que sobreviveram começam a ser revelados. Uma das histórias é a de Grégoire Philonenko, que se encontrava no Bataclan quando o massacre aconteceu na passada sexta-feira. O relato foi feito pela filha e partilhada por um repórter da BBC.
O homem de 55 anos e o seu filho estavam no Bataclan e ambos escaparam aos tiros graças a uma prótese na perna do pai. Grégorie Philonenko estava deitado no chão, juntamente com o filho e outro homem, quando um dos terroristas o pontapeou para confirmar se tinha vida. Graças à prótese que tem na perna, Philonenko não reagiu, mas o homem ao seu lado acabou por ser morto.
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"Estou vivo mas devia estar morto" foi a primeira coisa que Grégoire disse à filha de 16 anos, Valentine Philonenko. "Estava no chão com as pernas dobradas e um dos terroristas pontapeou-o para ver se estava morto. O meu pai não reagiu. E ele [o terrorista] continuou a fazer isso mais uma vez e outra. A seguir atirou a 30 centímetros da cabeça dele. O homem que estava ao lado do meu pai foi atingido", contou a filha do sobrevivente.
Morreram 89 pessoas. Mais de 350 pessoas ficaram feridas e foram transportadas para os hospitais de toda a cidade.
"Já tinha visto pessoas com este tipo de lesões anteriormente, mas nunca tantas ao mesmo tempo", disse Philipe Juvin, um médico que já trabalhou num hospital militar no Afeganistão. "É necessário fazer escolhas difíceis neste tipo de situações, porque não conseguimos tratar tantos feridos ao mesmo tempo. Algumas das pessoas com ferimentos leves foram vistas por um psiquiatra, mas foi-lhes pedido para voltar. Por isso, é um trabalho que ainda agora começou", acrescentou o responsável pelo serviço de urgências do hospital Georges Pompidou.
O médico acredita que o número de mortos no Bataclan não foi superior devido à idade da maioria dos espetadores do concerto. "Muitas das vítimas resistiram aos ferimentos por serem jovens", afirmou.