Primeiro-ministro português saudou o acordo alcançado em Bruxelas entre os líderes europeus sobre o combate às alterações climáticas, considerando que tal reforça a posição de liderança da Europa nas difíceis negociações de Copenhaga.
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José Sócrates, que falava no final da cimeira de chefes de Estado e de governo da União Europeia realizada em Bruxelas, defendeu tratar-se de "um bom acordo" quanto aos objectivos da Europa para a conferência de Copenhaga e também quanto à repartição de custos no esforço contra o aquecimento global.
O primeiro-ministro indicou que, não havendo ainda montantes definitivos, ficaram claros os princípios para a repartição de custos, quer no seio da UE, mas também quanto ao financiamento a prestar aos países em desenvolvimento para a redução de emissões.
Sócrates precisou que o principal critério a ser tido em conta será o da riqueza, ou seja, a capacidade de pagamento - até agora as opiniões dividiam-se entre o Produto Interno Bruto (PIB) dos países e o factor poluente, ou seja, o princípio poluidor-pagador -, o que considerou "da mais elementar justiça", dado beneficiar os países pobres.
Para José Sócrates, o acordo alcançado constitui assim "uma boa notícia para o Mundo", já que a Europa, que tem assumido uma posição de liderança na luta contra o aquecimento global, poderá apresentar-se na conferência de Copenhaga com essa "posição de liderança bem estabelecida e bem clara" e um "mandato claro", para uma negociação que antevê "muito difícil".
A conferência de Copenhaga, de 07 a 18 de Dezembro, visa concluir um acordo que deve entrar em vigor antes de expirar a primeira fase do Protocolo de Quioto, em Janeiro de 2013, para travar de forma vinculativa as emissões de dióxido de carbono.