Um tribunal da Somália condenou a um ano de prisão uma mulher que afirma ter sido violada por membros das forças de segurança e um jornalista que a entrevistou, considerados culpados de "insulto às instituições".
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Ambos estão detidos desde janeiro, mas a mulher vai sair em liberdade para amamentar o filho bebé, após o que cumprirá a pena, anunciou o juiz Ahmed Adan, de um tribunal de Mogadíscio.
O jornalista, Abdiaziz Abdinuur, foi considerado culpado de "insultar as instituições do Estado ao fazer uma entrevista falsa e entrar na casa de uma mulher na ausência do marido", segundo o juiz.
Abdinnur, um jornalista independente que trabalha para várias rádios somalis e alguns media internacionais, nunca divulgou a entrevista.
Três outros acusados foram absolvidos, incluindo o marido, acusado de ter posto a mulher em contacto com o jornalista.
Para a Human Rights Watch, a Amnistia Internacional e o Comité para a Proteção dos Jornalistas, este processo deve-se "à atenção acrescida dada pelos media ao grande número de violações e agressões sexuais na Somália, nomeadamente as agressões atribuídas às forças de segurança".
A ONU considerou que este caso teve "motivações políticas".