Especialistas norte-americanos requereram às autoridades norte-americanas a recontagem dos votos das eleições presidenciais de dia oito, em três estados-chave dos EUA, invocando a possível manipulação por piratas informáticos estrangeiros. Suspeita de pirataria informática leva a pedido de recontagem dos votos nos EUA
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Um grupo de cientistas do setor informático entregou à assessoria de Hillary Clinton um relatório no qual sugere que alguns votos eletrónicos podem ter sido controlados por "hackers" nos estados de Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, que ditaram a vitória de Donald Trump ao representarem, na totalidade, 46 assentos no Colégio Eleitoral, dos 290 que obteve o vencedor das eleições, contra 232 da candidata derrotada.
Segundo a revista "New York", os especialistas acreditam que os votos nesses estados foram alvo de um ciberataque, tendo já apresentado os resultados da investigação a dois altos funcionários da campanha presidencial democrata.
De acordo com a análise estatística liderada por Alex Halderman, diretor do Centro de Segurança Computacional da Universidade de Michigan e um dos mais reconhecidos na área, a ex-secretária de Estado teve menos 7% dos votos em condados (divisões administrativas dos estado) com sistemas eletrónicos do que em condados com sistemas tradicionais. Trata-se de 30 mil votos.
Segundo o que foi apurado pela revista "New York", apesar de não ter apresentado provas concretas de manipulação, os cientista consideram que o padrão é suspeito e deve ser analisado de forma independente.
À CNN, um ex-assessor de Clinton recusou-se a dizer se vão pedir uma auditoria e uma recontagem com base nas descobertas dos cientistas computacionais.
Os desenvolvimentos surgem depois de os serviços de inteligência norte-americanos falarem na possibilidade de "hackers" russos terem conseguido entrar nos sistemas eleitorais, e de tornarem público o roubo de emails de membros do Partido Democrata antes das eleições.
Não é a primeira vez que a possibilidade de ciberataques está em cima da mesa. Durante a campanha, a própria administração Obama chegou a acusar a Rússia de tentar aceder aos registos dos eleitores e de estar envolvida na divulgação de emails privados de democratas, de modo a influenciar as eleições a favor de Trump.
Perante essas acusações, as autoridades eleitorais esclareceram que é virtualmente impossível que a Rússia tenha influenciado o resultado.
Ao que as autoridades eleitorais apuraram até agora, Hillary Clinton conseguiu mais um milhão e meio de votos do que Donald Trump, que venceu as eleições por ter mais votos no Colégio Eleitoral, um cenário que só aconteceu quatro vezes na história dos Estados Unidos.