Israelitas atingiram, esta segunda-feira, televisão estatal do país inimigo e Benjamin Netanyahu alegou que conflito terminaria com morte de Ayatollah.
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O quarto dia do agravamento do conflito entre Israel e Irão teve a capital iraniana como foco. O Governo israelita afirmou que os “residentes de Teerão vão pagar o preço” – e ordenou um ataque à televisão estatal, que interrompeu as transmissões temporariamente. O primeiro-ministro hebraico, Benjamin Netanyahu, alegou ainda que o assassinato do Ayatollah Ali Khamenei encerraria o conflito.
No dia em que as forças de Telavive anunciaram a destruição de um terço dos lançadores de mísseis terra-terra iranianos, um porta-voz militar israelita enalteceu a “superioridade aérea total nos céus de Teerão”. O ministro da Defesa hebraico, Israel Katz, escreveu que “os residentes de Teerão vão pagar o preço – e em breve”.
Israel emitiu ordens de retirada no bairro três da capital do Irão, onde fica a televisão estatal IRIB. O ataque aéreo, registado durante uma transmissão em direto dos estúdios do canal público, cortou o sinal da estação.
O porta-voz da diplomacia iraniana qualificou o caso como um “ato perverso" e um “crime de guerra”. “O Conselho de Segurança da ONU deve agir agora para impedir que o agressor genocida cometa mais atrocidades contra o nosso povo”, urgiu. Em retaliação, Teerão emitiu ordens de evacuação dos estúdios dos canais israelitas N12 e N14.
“Estamos a mudar a face do Médio Oriente”, defendeu o primeiro-ministro israelita, que saudou o assassinato das lideranças militares do Irão. Repetindo o discurso de que está a lutar contra “as forças do mal”, Netanyahu sugeriu que a morte do líder supremo iraniano encerraria o conflito. O chefe de Governo de Telavive frisou ainda que Israel está “bem coordenado” com os Estados Unidos nesta campanha militar.
Pressão através dos árabes
O Irão, que disse que está a preparar o “maior e mais intenso ataque de mísseis”, tem dito aos EUA e a Israel, através de intermediários árabes, que quer uma pausa nas hostilidades, noticiou o diário americano “The Wall Street Journal”. A agência britânica Reuters informou que Teerão pediu, especificamente, mais pressão do Catar, da Arábia Saudita e de Omã. “Basta um telefonema de Washington para amordaçar alguém como Netanyahu. Isto pode abrir caminho para o regresso da diplomacia”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi.
Enquanto isso, a Marinha dos EUA está a mobilizar meios. O contratorpedeiro USS Thomas Hudner, equipado para a defesa contra mísseis balísticos, está a ir da parte ocidental para a oriental do Mediterrâneo. Um segundo navio deste género poderá também deslocar-se. O porta-aviões USS Nimitz cancelou uma paragem no Vietname e estará a deslocar-se para o Médio Oriente.
Balanço de mortos
Pelo menos 224 pessoas morreram e mais de 1200 ficaram feridas no Irão desde sexta-feira, segundo o Ministério da Saúde do país. Já em Israel, 24 pessoas morreram e 592 ficaram feridas, segundo o gabinete do primeiro-ministro israelita.