O encerramento de embaixadas norte-americanas no Médio Oriente e no norte de África foi decidido após a interceção de uma teleconferência entre o líder da al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, e responsáveis de unidades da rede terrorista.
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A informação foi avançada esta quarta-feira pelo site noticioso norte-americano "Daily Beast", também detido pela revista "Newsweek".
Durante a conferência, Ayman al-Zawahiri referiu Nasser Al-Whaychi, líder da al-Qaeda na Península Arábica (Aqpa), unidade com sede na Iémen, como uma espécie de "diretor-geral" da rede terrorista, ou seja, como o "número dois" da al-Qaeda.
Um responsável norte-americano, que preferiu o anonimato, confirmou à agência francesa AFP a promoção do líder do braço iemenita da al-Qaeda. O movimento Aqpa é considerado pelos Estados Unidos como o braço mais ativo da rede terrorista.
Uma primeira comunicação entre Zawahiri e Whaychi foi intercetada no mês passado, mas foi esta teleconferência que "suscitou o sentimento de alerta da administração norte-americana" e desencadeou o encerramento das representações diplomáticas, referiu o 'site' "Daily Beast", que cita três responsáveis norte-americanos dos serviços de informação, cuja identidade não foi revelada.
A par de Zawahiri e Whaychi, também participaram na teleconferência representantes da al-Qaeda no Magrebe islâmico (Aqmi), do Estado Islâmico do Iraque e no Levante (EIIL), do Movimento islâmico do Uzbequistão (MIO), dos talibãs paquistaneses, da seita islâmica Boko Haram (Nigéria) e dos islamitas da Península do Sinai, acrescentou o órgão de comunicação social.
"Basta olhar para a lista de locais que decidimos encerrar para ter uma ideia de quem estava na conferência", disse um dos responsáveis.
Durante a conferência, um projeto de atentados foi mencionado em "termos vagos", bem como a presença de equipas no terreno para realizar os ataques, acrescentou o 'site' noticioso.
Na semana passada, os Estados Unidos emitiram um alerta mundial a todos os seus cidadãos devido à ameaça de um ataque da al-Qaeda no Médio Oriente ou no Norte de África no mês de agosto.
O alerta foi feito menos de 24 horas depois de o Departamento de Estado norte-americano ter dado instruções a várias das suas embaixadas, nomeadamente naquelas regiões, para permaneceram fechadas durante o dia 4 de agosto (domingo, dia de trabalho normal nos países muçulmanos).
Afeganistão, Arábia Saudita, Argélia, Bangladesh, Egito, Iémen, Iraque, Israel, Kuwait, Líbia e Turquia foram alguns dos países visados.
Nesse domingo, Washington anunciou que algumas representações diplomáticas iam permanecer encerradas até 10 de agosto.
Outros países ocidentais - França, Reino Unido e Alemanha -, decidiram seguir as recomendações norte-americanas e também encerraram as respectivas embaixadas no Iémen.