O Iémen anunciou esta quarta-feira que fez fracassar um plano da al-Qaeda para se apoderar de cidades do sul e do sudeste do país, de instalações petrolíferas e de um gasoduto, fazendo reféns ocidentais.
Corpo do artigo
O anúncio foi feito um dia depois da retirada do país de pessoal diplomático dos Estados Unidos e do Reino Unido, na sequência de um alerta sobre o risco iminente de atentados da al-Qaeda.
"O principal objetivo do plano era assumir o controlo das cidades de Mukalla e Bawazir", disse à France Presse um porta-voz do governo, Rajeh Badi, acrescentando que as instalações petrolíferas nas imediações de Mukalla eram também um alvo.
"Em caso de fracasso do ataque, os membros da al-Qaeda tinham previsto fazer reféns os estrangeiros que trabalham nas instalações petrolíferas", adiantou.
Uma parte das instalações petrolíferas é gerida por canadianos.
O plano foi abortado no sábado, dois dias antes da al-Qaeda passar à ação, de acordo com a mesma fonte. Os membros do grupo terrorista deveriam entrar nas instalações com uniformes militares, apresentando-se como soldados.
"Deviam depois atacar um terminal petrolífero em Dhaba e instalações vizinhas" perto de Mukalla, no sudeste do país, precisou Badi.
Segundo o porta-voz, foi também preparada uma equipa para sabotar um gasoduto que atravessa a província de Chabwa até ao terminal de Balhaf.
O porta-voz fez ainda alusão a planos de ataques a bancos no centro do país, mas sem explicar.
Os Estados Unidos lançaram na semana passada um alerta de ameaça terrorista que levou ao encerramento a partir de domingo de várias representações diplomáticas ocidentais no Iémen e noutros países.
Hoje, sete presumíveis membros da al-Qaeda foram mortos num ataque realizado por um avião não-tripulado ('drone'), no sul do Iémen.
Foi o quinto ataque deste tipo desde 28 de julho. Estes ataques fizeram já 24 mortos.
Na capital iemenita, Sanaa, foi montado um dispositivo de segurança que envolve as embaixadas ocidentais e vários edifícios públicos, segundo um responsável dos serviços de segurança.
O Iémen lamentou a retirada de pessoal diplomático norte-americano e britânico.
Em comunicado, a embaixada iemenita em Washington considerou que essa decisão "serve os interesses dos extremistas" e "prejudica a excecional colaboração do Iémen com os seus aliados ocidentais contra o terrorismo".