Uma terceira explosão ocorreu esta tarde de sábado na cidade turca de Reyhanli, várias horas depois da explosão de dois carros armadilhados que causaram 40 mortos e 100 feridos, noticiou o canal televisivo NTV.
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A explosão ocorreu numa zona muito populosa, a poucas centenas de metros do centro da cidade, e os serviços de socorro já estão no local.
Duas viaturas armadilhadas explodiram perto da Câmara Municipal e do posto de correios de Reyhanli, na província de Hatay, junto à fronteira com a Siria, cerca das 13.45 horas locais (10.45 em Portugal continental), danificando gravemente estes edificios.
As explosões ocorreram um dia depois da divulgação de que nas fileiras da organização terrorista Al-Qaida estão cerca de 2 mil cidadãos turcos, que vivem no próprio país, segundo o jornal diário 'Cumhuriyet'.
Segundo o jornal turco, um relatório da Organização Nacional de Inteligência da Turquia afirma que 2 mil turcos receberam treino militar em bases da al-Qaeda no Afeganistão, no Paquistão, na Bósnia e na Chechénia, e que depois regressaram ao seu país para formarem células do grupo.
Nos relatórios dos serviços secretos turcos também há uma referência ao grupo radical islâmico Hezb-ut Tahrir, que se apresenta como uma organização política mas que dispõe de milícias armadas que participaram na luta contra o regime do presidente Bashar al-Assad, na Síria.
Após as explosões dezenas de turcos que responsabilizam os sírios pelos explosões concentraram-se no centro da cidade e apedrejaram automóveis de sírios que abandonavam a cidade com receio de confrontos.
A policia turca teve de enviar reforços da capital para controlar os manifestantes e a tensão gerada.
A Turquia acolhe mais de 300 mil refugiados sírios, a maioria deles em acampamentos distribuidos pelos 900 quilómetros de fronteira com a Síria.
Reyhanli situa-se perto de Cilvegözü, o posto fronteiriço onde em fevereiro a explosão de um carros armadilhado causou a morte de 14 pessoas.
Entretanto, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius, condenou "com grande firmeza" o duplo atentado na Turquia.
O governante francês manifestou ainda, em comunicado, a sua "solidariedade para com as autoridades e o povo turco".