O general russo Serguei Surovikin, afastado da chefia das Forças Aeroespaciais russas após a rebelião do Grupo Wagner, foi nomeado presidente de uma Comissão de coordenação militar da Comunidade de Estados Independentes (CEI), informou no domingo a Eurasia Daily.
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De acordo com esta agência noticiosa, a designação de Surovikin -- que deixou de ser visto em público em 24 de junho, a data da rebelião fracassada do grupo paramilitar Wagner liderada pelo falecido Yevgeny Prigozhin, e que reapareceu a 04 de agosto ao lado da sua mulher -, foi aprovada por unanimidade pelo conselho de ministros de Defesa da CEI, uma organização intergovernamental regional que integra 11 países, todos antigas repúblicas da extinta União Soviética.
Desde a sublevação do chefe do Wagner, e que Surovikin tentou convencer para que renunciasse à rebelião, os média e as redes sociais especulavam sobre a situação e o destino do general.
Surovikin caiu em desgraça após a fracassada rebelião armada protagonizada por Prigozhin, que nunca ocultou a sua admiração pelo general. Os dois homens estiveram envolvidos nos planos para a conquista da cidade ucraniana de Bakhmut (na região de Donetsk, leste) e que foi concretizada em maio passado.
O Kremlin (Presidência russa) nunca chegou a confirmar a detenção do general pelas suas ligações ao então chefe do Grupo Wagner.
Em 23 de agosto passado, o dia em que se despenhou o avião privado de Prigozhin, foi revelado que Surovikin tinha sido substituído no cargo de chefe das Forças Aeroespaciais pelo general Victor Afzalov.
No domingo, acabou por ser confirmada a sua designação para a liderança de uma Comissão de coordenação sobre assuntos de defesa aérea da CEI.
Surovikin, conhecido pela dureza com que conduziu diversas operações militares russas na Síria, assumiu a chefia das tropas que combatem na Ucrânia em outubro de 2022, mas após ordenar a retirada das forças russas de parte da região de Kherson foi afastado desse comando em janeiro de 2023 pelo chefe do Estado-maior das Forças Armadas, general Valeri Guerasimov.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.