O ataque jiadista ao Museu Nacional do Bardo, esta quarta-feira, terminou com a morte de 19 civis - 17 turistas estrangeiros e 2 tunisinos. O mais recente balanço oficial corrige a informação que dava conta de 20 turistas mortos. Não há portugueses entre as vítimas.
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Em declarações à televisão nacional, o primeiro-ministro tunisino afirmou que a "situação definitiva" é de 17 turistas mortos.
Quatro italianos, um francês, dois colombianos, cinco japoneses, um polaco, um australiano e um espanhol (o governo de Madrid confirmou dois) morreram no ataque, faltando identificar a nacionalidade de outras duas vítimas, explicou o chefe do executivo de Tunes.
Dois tunisinos também morreram no ataque.
O primeiro-ministro Habib Essid apelou a "todos os tunisinos para que fiquem unidos depois do ataque que tinha como objetivo destruir a economia do país". Dezenas de pessoas ficaram feridas no atentado.
Terroristas vestiam uniformes militares
"Um ataque terrorista visou o museu do Bardo", afirmou o porta-voz do ministério Mohamed Ali Aroui em declarações à rádio Mosaique FM, evocando "dois elementos terroristas ou mais, armados de Kalachnikov".
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O museu do Bardo, um dos principais da Tunísia, situa-se ao lado do Parlamento, tendo o tiroteio levado as comissões parlamentares a suspenderem as reuniões. Os deputados foram obrigados a concentrarem-se no átrio da assembleia, disse a deputada islamita Monia Brahim à France Presse, citada pela agência Lusa.
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Segundo o primeiro-ministro, os atacantes vestiam uniformes militares e abriram fogo contra os turistas quando estes saíam de um autocarro, obrigando-os a refugiarem-se no interior do museu.
Ao perceber que transportavam armas não regulamentares, a guarda do Parlamento tentou impedir a entrada dos homens. Deu-se o tiroteio e os assaltantes refugiaram-se no museu contíguo ao Parlamento. Segundo relatos da imprensa local, ouviram-se duas explosões provocadas por granadas. As forças de segurança tunisinas cercaram depois todo o quarteirão.
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Este ataque é aparentemente o mais grave contra estrangeiros na Tunísia desde que, em 2002, um comando da al-Qaeda atacou uma sinagoga na ilha de Djerba, matando 14 alemães e dois franceses, além de cinco tunisinos.
A Tunísia tem registado um aumento do extremismo islâmico desde a revolução de 2011 que pôs fim ao regime de Zine El Abidine Ben Ali.
O país confronta-se também com a crescente radicalização de jovens islâmicos, com as autoridades a estimarem que cerca de 3 mil tenham ido para o Iraque e a Síria combater ao lado de grupos jiadistas. Pelo menos 500 desses jovens terão já regressado ao país.
A Tunísia foi o primeiro país da chamada "primavera árabe" e o único deles a ter conseguido estabelecer um governo democrático e estável.
As autoridades têm desenvolvido esforços para recuperar a próspera indústria turística que tinha antes da revolução, mas, em 2014, as receitas turísticas baixaram 3,2%, de 6,27 milhões em 2013 para 6,07 milhões.