A líder conservadora britânica, Theresa May, disse hoje esperar que as forças de segurança revejam a vigilância a potenciais extremistas, após indicações de que um dos três autores dos ataques de sábado em Londres estava referenciado pelas autoridades.
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"O MI5 [serviço de segurança interno] e a polícia já disseram que vão rever a forma como atuaram no caso do atentado de Manchester [22 de maio] e espero que façam exatamente o mesmo em relação ao ataque da Ponte de Londres", disse May, durante uma ação de campanha para as eleições legislativas antecipadas, agendadas para quinta-feira.
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A primeira-ministra britânica em funções disse entender que as pessoas possam estar preocupadas ao saber que a polícia tinha investigado em 2015 um dos três autores dos ataques de sábado, Khuram Butt. A investigação a Butt foi posteriormente colocada de parte.
A polícia já confirmou a identidade dos três autores do ataque, abatidos pela polícia no local: Khuram Butt, 27 anos, e Rachid Radouane, 30, residentes em Barking, e Youssef Zaghba, 22, do qual foi apenas dito que residia no leste de Londres.
Os três foram abatidos pela polícia oito minutos depois de lançarem o ataque, durante os quais atropelaram transeuntes na Ponte de Londres e esfaquearam várias outras pessoas no Mercado de Borough, uma zona de animação noturna.
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Os ataques fizeram sete vítimas mortais, além dos três atacantes, e 48 feridos, 18 dos quais estão em estado crítico.
Antes desta intervenção de May, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Boris Johnson, já tinha afirmado, em declarações à estação pública BBC, que os britânicos tinham o direito de questionar como um dos três atacantes tinha escapado do radar dos serviços secretos.
A líder do Partido Conservador britânico reiterou compreender as preocupações dos cidadãos e insistiu que é importante eleger na quinta-feira um governo que "dará mais competências à polícia e aos serviços de segurança quando for necessário para enfrentar o extremismo na Internet e dentro do Reino Unido".
Questionada se, caso seja eleita primeira-ministra, irá confrontar os aliados do Reino Unido no Golfo Pérsico sobre o alegado financiamento de grupos extremistas, Theresa May respondeu: "Devemos ter essas conversas difíceis com quem quer que seja".
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May exortou os eleitores britânicos a participarem no ato eleitoral de 8 de junho, de forma a mostrar aos terroristas que "a democracia não ficou afetada" pelos recentes ataques em território britânico.
Apesar de a líder conservadora ter focado a sua estratégia eleitoral no Brexit, como ficou conhecida a saída britânica da União Europeia (UE), a reta final da campanha está a ser marcada por questões relacionadas com a segurança.
Theresa May voltou a defender o seu mandato como ministra do Interior, cargo que ocupou de 2010 a 2016, em resposta às críticas dos trabalhistas britânicos.
O Partido Trabalhista acusou May de ter fragilizado a área da segurança com cortes na ordem dos 600 milhões de libras (cerca de 700 milhões de euros) no orçamento da polícia, o que desencadeou a retirada de 20 mil agentes das ruas.