"Tocou-me em todo o corpo". Refém diz que foi agredido sexualmente durante cativeiro em Gaza

Num excerto da entrevista dada ao canal israelita "Canal 12", que deverá ser transmitido na sexta-feira, Gilboa-Dalal relatou a agressão. "Deixou-me tomar banho e, quando terminei, arrastou-me para fora da casa de banho. Não me deixou voltar a vestir a minha roupa", começou por contar o jovem de 24 anos.

"Levou-me de volta para o quarto deles e atirou-me para uma das poltronas. Começou a tocar-me por todo o corpo e eu paralisei. Eu perguntei-lhe: 'Estás a brincar, certo? Isso é proibido no Islão'. Apontou-me uma espingarda à cabeça e uma faca à garganta e disse-me que se eu contasse a alguém, ele matava-me", continuou Gilboa-Dalal.

Questionado se se tratou de um incidente isolado, o ex-refém respondeu que não, mas não quis adiantar mais pormenores.

Gilboa-Dalal é o primeiro homem a declarar publicamente que foi agredido sexualmente enquanto era mantido refém pelo Hamas.

O jovem foi raptado juntamente com o amigo Evyatar David no festival de música Nova, a 7 de outubro de 2023, durante o ataque sem precedentes do Hamas contra Israel, que desencadeou a guerra em Gaza. Foi visto com David em fevereiro de 2025 num vídeo do Hamas, a assistir a uma das cerimónias de libertação de reféns em Gaza dentro de um veículo, enquanto implorava para ser libertado. Acabou por ser libertado a 13 de outubro com David e os outros 18 reféns sobreviventes nos termos do cessar-fogo entre o Hamas e Israel, que entrou em vigor a 10 de outubro.

Em março de 2024, numa entrevista ao jornal "The New York Times", Amit Soussana tornou-se a primeira refém a testemunhar publicamente que tinha sido abusada sexualmente por um dos raptores.