O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, não descartou, este sábado, retomar a guerra na Faixa de Gaza, “se necessário”, com o apoio dos Estados Unidos. Governo de Telavive está prestes a ruir com renúncia de ministro Itamar Ben-Gvir, de extrema-direita.
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A aprovação do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza pelo Gabinete de Segurança e pelo Conselho de Ministros de Israel, já na madrugada de sábado (final da noite de sexta-feira em Portugal), não acabou com todos os impasses para a implementação da trégua a partir deste domingo. O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu exigiu que o Hamas divulgasse a lista dos 33 reféns que serão libertados amanhã e não descartou a continuação da guerra, “se necessário”.
Apesar de o início do cessar-fogo estar previsto para às 8.30 horas locais (6.30 horas em Portugal continental), o chefe de Governo de Israel exigiu a lista dos nomes dos reféns. “Não poderemos avançar com as linhas do acordo até recebermos a lista dos reféns que serão libertados, conforme acordado”, disse o Gabinete de Netanyahu, citado pela agência France-Presse (AFP).
Num discurso televisivo, o primeiro-ministro de Telavive afirmou que Israel “reserva-se o direito de retomar a guerra se necessário, com o apoio americano”. “Estamos a pensar em todos os nossos reféns. Prometo que atingiremos todos os nossos objetivos e traremos todos os reféns de volta”, declarou.
Aumento de tropas
Netanyahu insistiu que manterá a presença das tropas no corredor de Filadélfia, junto da fronteira de Gaza com o Egito. O líder prometeu, inclusive, aumentar o número de militares durante a primeira fase da trégua, que durará 42 dias. A declaração contradiz, segundo o jornal “The Times of Israel”, os termos do pacto, segundo os quais Israel “vai reduzir gradualmente as forças na área do corredor durante a fase um”.
Horas antes, o Conselho de Ministros aprovara o acordo de cessar-fogo e de libertação dos reféns. A luz verde não foi bem recebida pelo ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir. O governante linha dura anunciou a intenção de renunciar este domingo ao cargo, assim como o seu partido, o Otzma Yehudit (Poder Judaico, extrema-direita), deixará o Governo. A força política prometeu regressar ao Executivo com se o conflito for retomado.
A ameaça foi rebatida pelo partido do chefe de Governo. “Qualquer pessoa que dissolva o Governo de Direita será recordada como uma desgraça eterna”, destacou o Likud, referido pelo mesmo periódico israelita.
“Falha” de telavive
O Hamas frisou que Israel “falhou ao atingir os seus objetivos agressivos” em Gaza, segundo a AFP. O grupo islamita afirmou que Telavive “só conseguiu cometer crimes de guerra que desonram a dignidade da humanidade”.