Três polícias morreram esta sexta-feira num ataque perpetrado por presumíveis jiadistas numa região ocidental do Burkina Faso próxima da fronteira com o Mali.
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No atentado, ficaram gravemente feridos dois civis e morreu também um dos 50 homens armados que atacaram hoje de manhã a esquadra policial de Samoroguan, situada a 50 quilómetros da fronteira com o Mali, precisaram testemunhas citadas pela agência noticiosa espanhola Efe.
Segundo um comunicado do exército do Burkina Faso, os atacantes provinham da parte oeste do país.
Embora até agora, o Burkina Faso não tenha sido alvo dos grupos extremistas que operam na faixa do Sahel, um polícia foi morto noutro ataque em setembro, no norte do país, às mãos de presumíveis jiadistas, que afirmaram estar "à procura de cristãos".
O Governo do Burkina Faso não relacionou o ataque de hoje com o pronunciamento em setembro passado de uma fação do exército, que foi sufocado em poucos dias graças à mediação de um bloco de países regionais.
No entanto, o executivo de transição, que ia realizar eleições no próximo domingo antes de o golpe de Estado ter obrigado a um adiamento, tinha já acusado o líder golpista, o general Gilbert Diendéré, e o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Djibril Bassole de ter procurado apoio em grupos jiadistas para minar a oposição ao levantamento militar.
Ambos continuam numa prisão militar, acusados de crimes contra a segurança nacional, de conspirar com forças externas para destabilizar o país e dos mortos e feridos registados durante a repressão dos protestos contra o golpe de Estado.
Um contingente de 300 soldados de França e Estados Unidos foram enviados para o Burkina Faso para combater a ameaça jiadista no Sahel.
A 16 de setembro, o conselho de ministros foi interrompido por um grupo de militares que, depois de deter o Presidente e o primeiro-ministro, declarou o fim do Governo de transição e nomeou Diendéré como novo líder da transição.
Após uns dias de confusão, o exército decidiu apoiar o regime democrático e transferiu todas as suas tropas para Ouagadougou, a capital, com o objetivo de desarmar os golpistas.
A pressão do exército e as intensas negociações de países como o Senegal e o Benim, apoiados pelos Estados Unidos e por França, conseguiram que os golpistas desistissem da intenção de deter o poder até às eleições e acedessem a repor o Governo civil.